domingo, 6 de outubro de 2013

Classicismo

Desde o final do século XV, Portugal já se encontrava mergulhado no espírito aventureiro das viagens marítimas e dos descobrimentos. O renascimento econômico e político, porém só alcançou o plano da literatura em 1527, quando o Classicismo chegou a Portugal, com as novidades artísticas levadas da Itália pelo poeta Sá de Miranda, que, em viagem àquele país, tomara contato com o “doce estilo novo” criado pelos humanistas.
Essas inovações temáticas e formais vinham ao encontro dos anseios dos artistas e intelectuais portugueses da época. Motivados pela euforia das navegações, buscavam uma literatura que fosse a expressão do espírito da nacionalidade do país, que imortalizasse o sentimento de valorização experimentado pelo povo português, bem como os feitos heroicos que lhe haviam dado origem.
A partir desse momento, a produção literária se enriqueceu. Diversificaram-se os gêneros e surgiram importantes escritores.

Principais autores e obras

Lírica: Luís de Camões e Sá de Miranda.
Épica: Luís de Camões, com Os Lusíadas (poesia).
Novela sentimental: Bernardim Ribeiro, como Menina e Moça (prosa).
Novela de cavalaria: João de Barros, com a Crônica do imperador Clarimundo, e o Francisco de Morais, com Palmeirim da Inglaterra (prosa).
Crônica histórica: João de Barros (prosa).
Literatura de viagens: Fernão Mendes Pinto, com Peregrinação (prosa).
Antônio Ferreira, com a tragédia Castro (a primeira peça teatral de influência clássica no teatro português).

Os Lusíadas

“As armas e os barões assinalados
Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
E em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
Entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas
Daqueles reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando
- Catando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Cessem do sábio grego e do troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram,
Que eu canto o peito ilustre lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram;
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.

                                                      [...]”
         
             (CAMÕES, de Vaz Luis, 1572)

2 comentários:

  1. O séc. XV também traz o ser humano para o centro dos acontecimentos, deixando o teocentrismo do período medieval. Essa mudança de mentalidade, que se iniciou com o Humanismo, chega ao apogeu com o renascimento. Por tanto, o Classicismo é a denominação da tendência artística que revitalizou a tradição clássica de afirmar a superioridade humana. Para recriar os ideais da antiguidade Greco-latina, o Classicismo valorizou as proporções, o equilíbrio das composições, a harmonia das formas e a idealização da realidade. Manifestou-se tanto nas artes plásticas quanto na música, na literatura e na filosofia.

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  2. O Renascimento é a expressão artística e cultural de uma época marcada por fatos decisivos, que acentuaram o declínio da Idade Média e deram origem à Era Moderna. Destacam-se:
    - As navegações e os descobrimentos, no final do século xv;
    - A formação dos Estados modernos;
    - A reforma (1517);
    - A revolução Comercial, iniciada no séc xv;
    - O fortalecimento da burguesia comercial;
    - A teoria heliocêntrica de Copérnico.

    Daniele Farias 0000042857

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