PARNASIANISMO
O Parnasianismo foi contemporâneo do Realismo e do Naturalismo, entre o século XIX e o início do século XX. Brasil e França foram os dois únicos países em que se floresceu com toda força. e se desenvolveu na literatura europeia, chegando ao Brasil. Esta escola literária foi uma oposição ao romantismo, pois representou a valorização da ciência e do positivismo.
O nome parnasianismo surgiu na França e deriva do termo "Parnaso", que na mitologia grega era o monte do deus Apolo e das musas da poesia. Na França, os poetas parnasianos que mais se destacaram foram: Théophile Gautier, Leconte de Lisle, Théodore de Banville e José Maria de Heredia.
Principais características da poética parnasiana
A poética
parnasiana se baseia no binômio culto da forma/objetividade temática, em uma
postura totalmente antirromântica.
A
objetividade temática surge como uma negação ao sentimentalismo romântico,
tentando atingir a impessoalidade e impassibilidade.
Foi uma
poesia de meditação filosófica, no entanto artificial.
Retomava
os conceitos da Idade Antiga clássica: o racionalismo e formas perfeitas.
Suas
poesias tinham uma perfeição formal, com forma fixa dos sonetos, métrica dos
versos alexandrinos (12 sílabas poéticas) e decassílabos perfeitos, rima rica,
rara e perfeita.
O poeta
evitava utilizar as palavras da mesma classe gramatical em suas poesias,
buscando tornar as rimas mais ricas na estética.
As
rimas raras eram mais importantes no parnasianismo, os versos de dez (decassílabo) e doze (alexandrinos)
sílabas, considerados clássicos, eram utilizados com frequência, principalmente
em uma forma poética igualmente clássica: o soneto.
O Parnasianismo representou um retorno à Era Clássica. Valores como a Razão, o Belo Absoluto, o Antropocentrismo, o Universalismo, a tematização de objetos antigos, como vasos, estátuas e quadros , bem como o apelo visual que esse tipo de tema implicava , permitem uma aproximação do Parnasianismo com as Artes Plásticas (pintura, escultura, arquitetura).
Principais autores do parnasianismo brasileiro e
suas obras
Adalberto de Oliveira: Meridionais (1884), Versos e Rimas (1895), Poesias
(1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto da Forma na Poesia Brasileira (1916).
Olavo Bilac: Poesias (1888), Crônicas e novelas (1894), Crítica
e fantasia (1904), Conferências literárias (1906), Dicionário de rimas (1913),
Tratado de versificação (1910), Ironia e piedade, Crônicas (1916), Tarde
(1919).
Raimundo Correia:
Primeiros Sonhos (1879), Sinfonias (1883), Versos e Versões (1887), Aleluias
(1891), Poesias (1898).
Curiosidade: Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia
formaram a chamada “Tríade Parnasiana”, Olavo
Bilac foi o escritor que mais se destacou pelas suas obras, pois valorizava o
homem de letras, conforme suas palavras em "um culto e um sacerdócio".
Olavo Bilac, Alberto de Oliveira
e Raimundo Correia, a “Tríade Parnasiana”. | Foto: Reprodução
Via-Láctea
Talvez sonhasse, quando a vi. Mas via
Tudo ouviras, pois que, bondosa e pura
Tantos esparsos vi profusamente
Como a floresta secular, sombria
Dizem todos: "Outrora como as aves
Em mim também, que descuidado vistes
Não têm faltado bocas de serpentes
Em que céus mais azuis, mais puros ares
De outras sei que se mostram menos frias
Deixa que o olhar do mundo enfim devasse
Todos esses louvores, bem o viste
Sonhei que me esperavas. E, sonhando
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Viver não pude sem que o fel provasse
Inda hoje, o livro do passado abrindo
La fora, a voz do vento ulule rouca
Por estas noites frias e brumosas
Dormes... Mas que sussurro a umedecida
Sai a passeio, mal o dia nasce
Olha-me! O teu olhar sereno e brando
Sei que um dia não há (e isso é bastante)
Quando te leio, as cenas animadas
Laura! Dizes que Fábio
Talvez sonhasse, quando a vi. Mas via
Tudo ouviras, pois que, bondosa e pura
Tantos esparsos vi profusamente
Como a floresta secular, sombria
Dizem todos: "Outrora como as aves
Em mim também, que descuidado vistes
Não têm faltado bocas de serpentes
Em que céus mais azuis, mais puros ares
De outras sei que se mostram menos frias
Deixa que o olhar do mundo enfim devasse
Todos esses louvores, bem o viste
Sonhei que me esperavas. E, sonhando
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Viver não pude sem que o fel provasse
Inda hoje, o livro do passado abrindo
La fora, a voz do vento ulule rouca
Por estas noites frias e brumosas
Dormes... Mas que sussurro a umedecida
Sai a passeio, mal o dia nasce
Olha-me! O teu olhar sereno e brando
Sei que um dia não há (e isso é bastante)
Quando te leio, as cenas animadas
Laura! Dizes que Fábio
anda ofendido
Vejo-a, contemplo-a comovido
Tu, que no pego impuro das orgias
Quando cantas, minh'alma desprezando
Ontem - néscio que fui! - maliciosa
Pinta-me a curva destes céus... Agora
Por tanto tempo, desvairado e aflito
Ao coração que sofre separado
Sonho
Longe de ti, se escuto, porventura
Leio-te: - o pranto dos meus olhos rola: -
Como quisesse livre ser, deixando
Quando adivinha que vou vê-la, e a escada
Pouco me pesa que mofeis sorrindo.
Olavo Bilac - Poesias - Coleção Prestígio - Editora Tecnoprint S.A. – 1978
Vejo-a, contemplo-a comovido
Tu, que no pego impuro das orgias
Quando cantas, minh'alma desprezando
Ontem - néscio que fui! - maliciosa
Pinta-me a curva destes céus... Agora
Por tanto tempo, desvairado e aflito
Ao coração que sofre separado
Sonho
Longe de ti, se escuto, porventura
Leio-te: - o pranto dos meus olhos rola: -
Como quisesse livre ser, deixando
Quando adivinha que vou vê-la, e a escada
Pouco me pesa que mofeis sorrindo.
Olavo Bilac - Poesias - Coleção Prestígio - Editora Tecnoprint S.A. – 1978
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos
notar que o poeta do parnasianismo é neutro diante da realidade, esconder seus
sentimentos, sua vida pessoal. A confissão íntima e o extravasamento subjetivo,
tão caros aos românticos, são vistos como inimigos da poesia. Interferências da
interioridade do artista. A exemplo do que ocorrera no Realismo e no
Naturalismo, o escritor é aquele que observa e reproduz as coisas concretas.
Essa reprodução era feita da forma mais detalhada possível, por isso o uso de
rimas ricas e raras, o poema era objetivo e procurava apresentar os fatos
importantes sem deformá-los para uma visão pessoal de ver, sentir e pensar. O
poema nessa época valia por sua beleza sozinho, sem compromisso, podendo ser
pertinente a todos ou a ninguém. Apesar de toda a simplicidade dos poemas, a métrica
era rigorosa com preferência para os versos decassílabos ou alexandrinos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
www.terra.com.br/literatura/
www.feranet21.com.br/dicas/portugues/literatura_brasileira/parnasianismo_brasil.
br.dir.yahoo.com/Artes_e_Cultura/Literatura/Periodos_e_Movimentos/
www.literaturanet.hpg.ig.com.br/parnasianismo.http
CLAUDIA REGINA BARRETO
RA 4294851682
RA 4294851682
GABRIELLY FREIRE PEREIRA DA SILVA
RA 4200063238
RA 4200063238
Qual é o nome completo de Olavo Bilac e por quê?
ResponderExcluirOlavo Braz Martins dos Guimarães Bilac e tem este nome porque o seu nome completo é um verso alexandrino (12 sílabas poéticas).
ExcluirOswaldo Ferreira de Alencar Junior RA - 1299141108