modernismo no brasil
pre modernismo
Considera-se 1902 o marco inicial do
Pré- Modernismo, com duas publicações de grande impacto: Os Sertões, de
Euclides da Cunha, e Canaã, de Graça Aranha. O Pré- Modernismo não chegou
a constituir propriamente uma escola literária, mas despertou as atenções
para a realidade regionais até então ignoradas.Os escritores da época não
tinham os mesmos ideais , sendo assim, surgiram obras com diversas faces da
realidade brasileira. De um lado havia o desejo de enaltecer as grandezas da
pátria, encobrindo seus incontáveis problemas. Os escritores dessa face tinha
uma visão conservadora, concentravam suas preocupações no emprego da linguagem
altamente elaborada, com um discurso pomposo. Representantes dessa tendência
são escritores como Coelho Neto e Rui Barbosa.A outra vertente da literatura do
período é a que agrupa escritores capazes de lançar um olhar crítico para a
realidade brasileira. Esses escritores, Euclides da Cunha, Graça Aranha,
Monteiro Lobato e Lima Barreto, criaram obras que definiram os contornos do
Pré- Modernismo.O Pré- Modernismo não apresentou nenhuma inovação formal, sua
linguagem era muito parecida com a linguagem naturalista ou realista. O desejo
de retratar objetivamente a realidade é outra característica que os pré- modernistas
herdaram de seus antecessores. Euclides da cunha escreveu Os Sertões para
denunciar o verdadeiro genocídio que havia ocorrido no interior da Bahia,
durante a Guerra de Canudos; Graça Aranha, em Canaã, expôs conflitos
decorrentes da imigração de colonizadores alemães no Espírito Santo. Monteiro
Lobato mostrava a decadência em que se encontrava a região do Vale do
Paraíba, em São Paulo, antes próspera produtora de café.
1ª fase do modernismo
Poesia.
O primeiro momento do
modernismo no Brasil foi a expressão da Semana de Arte Moderna, colocando-se a
cima de tudo o desejo de renovar as formas e os temas da literatura nacional.O espírito emancipado
das vanguardas alcançou a liberação as normas poéticas. Os versos ganham um
ritmo mais fluente, marcado não pela contagem das sílabas, mas pela própria
expressividade. As estrofes mudam, passam a agrupar um numero irregular de
versos ou simplesmente desaparecem. A liberdade de
linguagem permite que os autores se apropriem de textos analógicos da
literatura do passado, recuperando-os em forma de parodia. O nacionalismo surge
como grande tema neste período. A primeira geração
modernista articula uma revisão critica da história de Brasil Mário de Andrade foi
um dos responsáveis pela semana de Arte Moderna. Prosador, poeta e crítico
literário, teve destacada atuação como músico e folclorista, sempre incentivou
o resgate da cultura brasileira em seus múltiplos aspectos, folclores, dança,
música etc.
semana da arte moderna:
Semana de Arte
Moderna, iniciou em Fevereiro de 1922 em São Paulo, com o objetivo de divulgar
o que acontecia nas Artes e nas Letras dos países europeus. A grande motivação
da semana foi um desejo de renovação radical.
Com atividades
semelhantes à de um festival, a Semana teve três dias de de atividades culturais como: apresentações
de música, dança e recitais, mescladas
com conferências, no Tetro Municipal de São Paulo. O grupo organizador
constituiu uma das mais brilhantes gerações da nossa literatura. Ao lado de
Oswald de Andrade destacava-se Mário de Andrade, Graça Aranha, Guilherme de
Almeida, Menoti del Picchia, Ronald de Carvalho. A renovação artística
consolidou-se com as obras de Anita Malfatti, Lasar Segal e Tarsila do Amaral,
na pinura, Heitor Villa-Lobos, na música, Victo Brechere na escritura.
A semana de arte
moderna (1922) é considerada o ponto culminante de um processo que se inicia
duas décadas antes com as tentativas de renovação dos pré-modernistas, passando
por publicações de livros, exposições de pintura, críticas, conferências etc. O
que ganhou mais repercussão foi a exposição de Anita Malfatti, em1917, e a
crítica que Monteiro Lobato – escritor e crítico do jornal – O Estado de São
Paulo – fez a sua obra. Monteiro insinuava que a pintora fosse paranoica ou
mistificasse artistas como Picasso, porém, os modernistas se uniram ás ideias
de renovação, resultando assim cinco anos depois, na Semana de Arte moderna.
Esse evento ocorreu entre 13 e 18 de fevereiro de 1922, no teatro Municipal de
S.P, com conferências, leitura de poemas, dança e musica. Quando foi lido o
poema “Os sapos”, de Manoel Bandeira, a plateia teve uma reação surpreendente,
ora vaiando, relinchando e latindo, ora aplaudindo. A semana foi aos poucos
ganhando importância histórica, porque representou a confluência das várias
tendências de renovação na arte e na cultura brasileira antes de 1922 e cujo
objetivo era combater a arte tradicional e também conseguiu aproximar os
artistas com ideias modernistas que estavam dispersos. A primeira fase do
modernismo foi de 1922 e 1930 e a segunda de 1930 a 1945. A primeira,
caracterizou-se pelas tentativas de solidificação do movimento renovador e pela
divulgação de obras e ideias modernistas. Os escritores de maior destaque dessa
fase defendiam estas propostas: reconstrução da cultura brasileira sobre bases
nacionais; pro moção de uma revisão crítica de nosso passado histórico e de
nossas tradições culturais ; eliminação definitiva do nosso complexo de colonizados,
apegados a valores estrangeiros. Após a semana de arte, destacam-se a
publicação da revista Klaxon, que dá continuidade ao processo de divulgação das
ideias modernistas, e o lançamento de quatro movimentos culturais: O Pau-
Brasil, o Verde Amarelismo, a
Antropofagia e a Anta. Fundado em 1925, o movimento Pau- Brasil defendia a
criação de uma poesia primitivista, construída com base na revisão crítica de
nosso passado histórico e cultural e na aceitação e valorização das riquezas e
contrastes da realidade e da cultura brasileiras. Em oposição a essas
tendências, o grupo liderado pelo integralista Plínio Salgado lança os
movimentos Verde- Amarelismo e Anta, que defendiam um nacionalismo ufanista,
com inclinação para o nazi-fascismo. Na primeira geração do modernismo
destacam-se: Oswaldo de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Alcântara
Machado, Menotti del Picchia, Raul Bopp, Ronald de Carvalho e Guilherme de
Almeida.
A obra de Oswald de
Andrade (1890 – 1954) representa um dos cortes mais profundos do modernismo
brasileiro em relação á cultura do passado. Paulista, de família rica, Oswald
cursa direito e ingressa na carreira jornalística e em 1931 ingressa no partido
comunista, no qual permanece até 1945. Oswald sempre foi debochado, irônico e
crítico, pronto para satirizar os meios acadêmicos ou a própria burguesia,
classe da qual se originara. Sem ser ingênuo e ufanista, Oswald defendia a
valorização de nossas origens, de nosso passado histórico e cultural, mas de
forma critica, isto é, recuperando, parodiando, ironizando e atualizando nossa
história de colonização, como faz neste poema:
AS MENINAS DO GARE
Eram
três ou quatro moças bem
[ moças e bem gentis
Com
cabelos mui pretos pelas espáduas
E
suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que
de nós as muito bem olhamos
Não
tínhamos nenhuma vergonha.
(poesias reunidas. 5.
ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. P.80.)
Os versos que compõem esse
poema são trechos extraídos da carta, de Pero Vaz de Caminha, que anuncia o
descobrimento do Brasil. Contudo, ao introduzir o titulo “ as meninas da gare”
(gare: estação de trem), o poeta consegue deslocar o sentido original do texto,
conferindo-lhe atualidade e visão critica. Antes eram índias, nuas, em estado
de inocência original; hoje são prostitutas que fazem ponto na estação de trem.
Quais teriam sido as vantagens da civilização?
Quanto á construção dos textos, a linguagem criada por Oswald – nova, então,
entre nós – caracteriza-se pela síntese, pelas rupturas sintáticas e lógicas,
pelas imagens bruscas, pela fragmentação e, ás vezes, pela técnica dadaísta do
ready – made. Oswald é um expoente da primeira fase do nosso modernismo: o
humor misturado ao lirismo, a piada e a imaginação, os lugares-comuns usados
poeticamente, a fala popular, a caricatura da retórica, a ironia, os flashes
cinematográficos, além das rupturas sintáticas, da fragmentação e da síntese,
observadas nos poemas-minuto.
Mario
de Andrade: Vanguarda e tradição
Mario de Andrade(1893-1945)
nasceu em São Paulo, cidade que amou intensamente e que retratou em várias de
suas obras. O autor teve um papel decisivo na implantação do modernismo no
Brasil. Homem de vasta cultura.Pesquisador paciente Mário soube dar a
substância teórica de que necessitava o movimento em algumas ocasiões: em 1922,
meses após a semana, publicou o seu “prefácio interessantíssimo”, texto teórico
que abre “ Paulicéia desvairada” sua primeira obra de poemas verdadeiramente modernista.
Paisagem
n. 4.
Os
caminhões rodando, as carroças rodando,
Rápidas
as ruas se desenrolando,
Rumor
surdo e rouco, estrépidos, estalidos...
E
o largo coro de ouro das sacas de café!...(...)
Oh!
Este orgulho máximo de ser paulistanamente!!!
Manuel
Bandeira: o resgate lírico
Manuel Bandeira (1886-1968)
compõe, juntamente com Oswald e mário de Andrade, a tríade maior da primeira
fase modernista, responsável pela divulgação e pela solidificação do movimento
em nosso país. Entre as inúmeras contribuições deixadas pela poesia de Manoel Bandeira,
duas se destacam: O seu papel decisivo na solidificação da poesia de orientação
moderna, com todas as suas implicações (verso livre, língua coloquial,
irreverência, liberdade criadora etc.), e o alargamento da lírica nacional pela
sua capacidade de extrair a poesia de coisas aparentemente banais do cotidiano.
Ele parte de temas considerados ” baixos’’ para a criação da “grande poesia”,
tais como a própria doença, o quarto, as ações mecânicas do cotidiano, o jornal,
a cultura popular etc. Bandeira cria uma poesia rica em construção e
significação. Veja nos versos a seguir, a critica social e a reflexão
filosófica acerca da condição humana com as oposições formais e a
coloquialidade linguística:
Poema tirado de uma notícia
de jornal:
João
gostoso era carregador de feira- livre e morava no
[moro da Babilônia num
barracão sem numero
Uma
noite ele chegou no bar Vinte de
novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois
se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu
Afogado,
(Estrela
da vida inteira. 2. ed. Rio de Janeiro: J.Olympio, 1970.p.117.)
Retomando certos motivos já explorados por poetas românticos – a
saudade, a infância, a solidão – e procurando estreitar os laços entre poesia e
cultura popular, Manuel Bandeira mantém, de fato, alguns pontos de contato com
o romantismo, mas é um poeta essencialmente modernista
Modernismo 2ª fase
O segundo período do Modernismo brasileiro se estendeu de 1930 a 1945.
Internacionalmente, o país vivia uma depressão econômica, causada pelas duas
guerras mundiais (1919-1939) e pelo avanço do nazi-fascismo. Já no plano
nacional houve a ascensão de Getúlio Vargas ao poder. década de 30 houve um forte impacto na
economia mundial, com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, chamado de
Grande Depressão. paralisações de
fábricas, falências bancárias, desemprego em massa, fome e miséria eram
constantes. No Brasil, a República do café-com-leite ou República Velha estava
em crise,superprodução de café desestabilizou a economia. Ocorreu a Revolução
de 1930 no Brasil, que levou Getúlio Vargas ao governo provisório, Vargas resolveu iniciar a ditadura
militar no Brasil, em 1937. Foi implantado o “Estado Novo”, que compreendeu o
longo período anticomunista e antidemocrático no Brasil, chefiado unicamente
por Getúlio Vargas, que durou até 29 de outubro de 1945, quando Getúlio
renunciou ao cargo.
Prosa
A prosa de 1930 é chamada de Neorrealismo pela retomada de alguns
aspectos do Realismo-Naturalismo, A literatura estava voltada para a realidade
brasileira como forma de manifestar as então recentes crises sociais e
inquietações da implantação do Estado Novo do
governo Vargas e da Primeira
grande guerra. Romancistas observavam com olhos
críticos a realidade brasileira.
A produção literária dessa fase pode ser dividida em três tipos de
prosa:
·
Regionalista: origem do romantismo adotada pelos naturalistas e pré
modernistas o sertão nordestino, miséria, seca e os descaso político são os
temas mais frequentes marco inicial foi o romance A bagaceira, de José Américo
de Almeida, em 1928. Principais autores José Lins do Rego, Jorge Amado, Rachel
de Queiroz e Graciliano Ramos
·
Urbana: a temática é a vida das grandes cidades o homem urbano e os problemas
sociais autor principal Érico Veríssimo, no início de sua carreira.
·
Intimista:influenciada pela literatura psicanalítica de Freud temática mundo interior
chamada de prosa “de sondagem psicológica” principais autores são: Lúcio
Cardoso, Clarice Lispector, Cornélio Pena, Otávio de Faria e Dionélio Machado.
Rachel de Queiroz
cearense Rachel
de Queiro foi a primeira mulher
a entrar para Academia Brasileira de Letras e ocupava a cadeira número 5, para
a qual foi eleita em 4 de agosto de 1977. Publicou seu primeiro livro aos 20 anos de idade o
romance "O Quinze"
produziu obras como "As Três Marias" e "Memorial de Maria
Moura", que virou minissérie na TV Globo.
"O Quinze" (1930), romance; "João Miguel" (1932), romance; "Caminho de
Pedras" (1937), romance;
"As Três Marias" (1939),
romance; "A Donzela e a Moura Torta" (1948), crônicas; "O Galo de
Ouro" (1950), romance.
folhetins na revista "O Cruzeiro"; "Lampião" (1953), teatro; "A Beata Maria
do Egito" (1958), teatro;
"100 Crônicas Escolhidas" (1958);
"O Brasileiro Perplexo" (1964),
crônicas; "O Caçador de Tatu" (1967), crônicas; "O Menino
Mágico" (1969),
infanto-juvenil; "As Menininhas e Outras Crônicas" (1976); "O Jogador de Sinuca e
Mais Historinhas" (1980);
"Cafute e Pena-de-Prata" (1986),
infanto-juvenil; "Memorial de Maria Moura" (1992),romance.Obras Reunidas de
Ficção:
"Três Romances" (1948);- "Quatro Romances" (1960);- "Seleta", seleção de Paulo Rónai; notas e estudos de Renato Cordeiro Gomes (1973)
"Três Romances" (1948);- "Quatro Romances" (1960);- "Seleta", seleção de Paulo Rónai; notas e estudos de Renato Cordeiro Gomes (1973)
Resenha “o
quinze”
O quinze, de
Rachel de Queiroz, foi o primeiro livro brasileiro publicado por uma mulher, a
15 a seca que afetou o Ceará em 1915 e que é pano de fundo para a história
contada nesse seu primeiro romance, lançado no ano de 1930, mas que continua
com temáticas bem atuais e ainda presentes na vida de muitos sertanejos.o romance O
quinze conta a realidade vivida pelo povo cearense com a seca de 1915 e conta
essa realidade em dois planos diferentes: o primeiro é o de Chico Bento e sua
família, que são obrigados a abandonar o Logradouro (interior do Ceará), seu
local de morada, por causa da seca que assolava a região. Chico Bento era
vaqueiro e a dona da fazenda em que ele trabalhava o avisara de que, caso não
chovesse até o dia de São José (19 de março), ele deveria abrir as porteiras e
soltar o gado. A partir desse momento, então, ele estaria sem emprego e sem
condição nenhuma de alimentar sua família. Sua ideia era tentar ir com a mulher
(Cordulina), a cunhada e cinco filhos pequenos para Fortaleza, a capital do
Estado e de lá ir para o
Amazonas, trabalhar no extrato da borracha. Porém, essa sua trajetória até a
capital será muito mais penosa do que ele imagina, uma vez que seus mantimentos
logo acabarão e ele descobrirá que o governo não está sendo tão solidário
quanto se divulga. O segundo plano através do qual a história dO quinze é
contada é a história de Conceição e Vicentes, primos que desde sempre flertaram
um com o outro e nunca saíram disso. Conceição é a primeira personagem de nossa
literatura que tem o comportamento no estilo do que viria a ser a mulher do
século XX e XXI: mulher que age, resolve problemas, estuda, lê por obrigação e
por prazer e não precisa necessariamente se casar para ser completamente
realizada. Flerte interrompido também pela seca, uma vez que Conceição tem que
se distanciar e ir para Fortaleza junto à avó chega a se questionar sobre a
natureza desse possível relacionamento: ele, um homem sem estudos e trabalhador
rural, ela, uma mulher formada professora, leitora ávida, acostumada à vida na
capital. ao longo da leitura, vamos descobrindo o desfecho de ambas as
histórias. Mesmo sendo a seca um tema absolutamente triste, o romance O quinze
é simplesmente apaixonante.
Jorge amado
Jorge Amado de
Farias nasceu em 10 de agosto de 1912, em Itabuna, Bahia. Passou a infância
entre sua cidade natal e
Salvador. considerado é dos principais representantes
do romance regionalista da Bahia. Um dos mais lidos no Brasil e no mundo, livros
traduzidos para diversos idiomas, refletem
a realidade dos temas, paisagens, dramas humanos, secas e migração. estilo
deste autor também é conhecido como romance da terra e seus livros possuem uma
linguagem agradável e de fácil compreensão conquistaram não só os falantes da
língua portuguesa como de outros idiomas: inglês, espanhol, francês, italiano,
alemão, etc. Morreu em Salvador ( Bahia ), no dia 6 de Agosto de 2001,
quatro dias antes de completar 89 anos.Um dos autores brasileiros que teve mais obras adaptadas para: tv, teatro, cinema, espetáculos de dança.
Obras:
Romance: O país do
carnaval(1931); Cacau(1933); Suor(1934); Jubiabá(1935); Mar Morto(1936);
Capitães da areia(1937); Terras do sem-fim(1942); São Jorge dos Ilhéus(1944);
Seara vermelha(1946); Os subterrâneos da liberdade(1952); Gabriela, cravo e
canela(1958); Dona flor e seus dois maridos(1967); Tenda dos milagres(1970);
Teresa Batista cansada de guerra(1973); Tieta do agreste(1977); Farda, fardão e
camisola de dormir(1979). Novela: Os velhos marinheiros(1961); Os
pastores da noite(1964).
Biografia: ABC de Castro Alves(1941); Vida de Luís Carlos Prestes, o cavaleiro da esperança(1945). Teatro: O amor de Castro Alves, reeditado como O amor do soldado(1947).
Biografia: ABC de Castro Alves(1941); Vida de Luís Carlos Prestes, o cavaleiro da esperança(1945). Teatro: O amor de Castro Alves, reeditado como O amor do soldado(1947).
Resenha “Gabriela cravo e
canela”
Gabriela, Cravo e Canela, livro de 1958 escrito por
Jorge Amado, narra o romance entre Gabriela e o sírio Nacib. Nacib
é dono de um bar, o bar Vesúvio, que concentra os coronéis da cidade de
Ilhéus e é o ponto de encontro dos homens da cidade (junto com o
cabaré Bataclan). O sírio vive dias de cão quando sua cozinheira, Filomena,
decide ir embora de Ilhéus. Sua única salvação para fazer as comidas do bar são
as irmãs Dos Reis, que cobram caro demais e começam a lhe trazer prejuízo.
Em uma busca incensante pela cidade por cozinheira, Nacib
encontra no "mercado de escravos" Gabriela, uma retirante
com quase nada além de sua trouxa que chegou em Ilhéus fugindo da seca.O pano de fundo da história entre os dois
é a ascensão da produção de cacau na cidade de Ilhéus e asmudanças
sociais impulsionadas pelo declínio da sociedade patriarcal dirigida pelos
velhos coronéis. constituído de vários núcleos e não se limita apenas ao
romance entre Gabriela e Nacib. Personagens cativantes, como a jovem
revolucionária Malvina, ou intrigantes, como a luxuriosa Glória, permeiam a
obra e a deixam ainda mais interessante. A partir de alguns personagens mais
tradicionais, Jorge Amado descreve costumes antigos: a honra lavada com sangue,
o machismo que imperava, a tecnologia que assustava e o preconceito que desde
aquela época já estava cravado na sociedade brasileira. No romance de Jorge Amado, a oposição entre
modernidade e costumes tradicionais, o culto e o popular é representada,
respectivamente, pelos personagens Nacib e Gabriela. Essa diferença de
temporalidades históricas marca a relação entre os dois. Gabriela vive com
pouco, quase nada e se julga feliz. Nacib, de vida feita, casa e comida, não
encontra a felicidade de jeito nenhum, só entre o perfume de cravo e a cor de
canela de Gabriela.
Poesia
A poesia da Geração de 30 demonstra tanto uma liberdade formal
características das poesias desta segunda fase literária: a ironia, a reflexão
sobre o destino do ser humano a poesia lírica o regionalismo temas das poesias são universais
voltados às vivências da sociedade a respeito das crises sociais que aconteciam
no mundo. Os principais poetas dessa fase
são: Carlos Drummond de Andrade, Jorge de
Lima, Vinícius de Moraes, Cecília Meireles e Murilo Mendes.
Vinicius de moraes
Vinicius de
Moraes nasceu no Rio de Janeiro em 19 de outubro de 1913, e morreu na madrugada
de 9 de julho de 1980, aos 67 anos, devido a problemas decorrentes de uma
isquemia cerebral. deixou uma obra vasta, passando pela literatura, teatro,
cinema e música. No gênero musical, Vinicius teve como principais parceiros um
seletíssimo grupo, que incluía entre outros, Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell,
João Gilberto, Chico Buarque e
Carlos Lyra.
SONETO) DE FIDELIDADE
(Vinicius de Moraes)
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quanto mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama.
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Vinicius de Moraes)
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quanto mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama.
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Análise:
Na primeira estrofe, há a exaltação do amor, e promessa
de fidelidade; Na sgunda enaltece o amor como um sentido para sua vida vã,
A possibilidade de desfrutar tal sentimento gera
em si prazer, mesmo não sendo este algo que lhe traga apenas felicidade; Na terceira o tempo nãp é priorizado,mas sim o fim das coisas, demonstrando sua
contrariedade em relação à morte e ao amor;Na última estrofe a expressão do desejo de vivenciar este sentimento. Poema em um ritmo heroico e
qualidade de rimas raras.
Cecília Meireles
CecíliaBenevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901,
na Tijuca, Rio de Janeiro. Tendo feito aos 9 anos sua primeira poesia, estreou
em 1919 com o livro de poemas Espectros, escrito aos 16
e recebido com louvor por João Ribeiro.
Publicou a seguir:
Criança,
meu amor, 1923;Nunca mais... e Poemas dos Poemas, 1923;Criança meu amor...,
1924; Baladas para El-Rei, 1925; O Espírito Vitorioso, 1929 (ensaio - Portugal);
Saudação à menina de Portugal, 1930; Batuque, Samba e Macumba, 1935 (ensaio -
Portugal);A Festa das Letras, 1937;Viagem, 1939;Vaga Música, 1942;Mar Absoluto,
1945;Rute e Alberto, 1945
Rui — Pequena História de uma Grande Vida, 1949 (biografia de Rui Barbosa para crianças);Retrato Natural, 1949;Problemas de Literatura Infantil, 1950
Amor em Leonoreta, 1952;Doze Noturnos de Holanda & O Aeronauta, 1952
Romanceiro da Inconfidência, 1953;Batuque, 1953;Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955;Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955;Panorama Folclórico de Açores, 1955;Canções, 1956;Giroflê, Giroflá, 1956;Romance de Santa Cecília, 1957;A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957;A Rosa, 1957;Obra Poética,1958
Metal Rosicler, 1960;Poemas Escritos na Índia, 1961;Poemas de Israel, 1963
Antologia Poética, 1963;Solombra, 1963;Ou Isto ou Aquilo, 1964;Escolha o Seu Sonho, 1964Crônica Trovada da Cidade de Sam Sebastiam no Quarto Centenário da sua Fundação Pelo Capitam-Mor Estácio de Saa, 1965
O Menino Atrasado, 1966;Poésie (versão para o francês de Gisele Slensinger Tydel), 1967;Antologia Poética, 1968;Poemas italianos, 1968;Poesias (Ou isto ou aquilo & inéditos), 1969;Flor de Poemas, 1972;Poesias completas, 1973
Elegias, 1974;Flores e Canções, 1979;Poesia Completa, 1994;Obra em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998;Canção da Tarde no Campo, 2001;Episódio humano,2007.
Teatro:
Rui — Pequena História de uma Grande Vida, 1949 (biografia de Rui Barbosa para crianças);Retrato Natural, 1949;Problemas de Literatura Infantil, 1950
Amor em Leonoreta, 1952;Doze Noturnos de Holanda & O Aeronauta, 1952
Romanceiro da Inconfidência, 1953;Batuque, 1953;Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955;Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955;Panorama Folclórico de Açores, 1955;Canções, 1956;Giroflê, Giroflá, 1956;Romance de Santa Cecília, 1957;A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957;A Rosa, 1957;Obra Poética,1958
Metal Rosicler, 1960;Poemas Escritos na Índia, 1961;Poemas de Israel, 1963
Antologia Poética, 1963;Solombra, 1963;Ou Isto ou Aquilo, 1964;Escolha o Seu Sonho, 1964Crônica Trovada da Cidade de Sam Sebastiam no Quarto Centenário da sua Fundação Pelo Capitam-Mor Estácio de Saa, 1965
O Menino Atrasado, 1966;Poésie (versão para o francês de Gisele Slensinger Tydel), 1967;Antologia Poética, 1968;Poemas italianos, 1968;Poesias (Ou isto ou aquilo & inéditos), 1969;Flor de Poemas, 1972;Poesias completas, 1973
Elegias, 1974;Flores e Canções, 1979;Poesia Completa, 1994;Obra em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998;Canção da Tarde no Campo, 2001;Episódio humano,2007.
Teatro:
1947-O jardim ;1947-Ás de ouros.
Observação: "O vestido de plumas"; "As sombras do Rio"; "Espelho da ilusão"; "A dama de Iguchi" (texto inspirado no teatro Nô, arte tipicamente japonesa), e "O jogo das sombras" constam como sendo da biografada, mas não são conhecidas.
Observação: "O vestido de plumas"; "As sombras do Rio"; "Espelho da ilusão"; "A dama de Iguchi" (texto inspirado no teatro Nô, arte tipicamente japonesa), e "O jogo das sombras" constam como sendo da biografada, mas não são conhecidas.
OUTROS MEIOS:
1947 - Estréia "Auto do Menino
Atrasado", direção de Olga Obry e Martim Gonçalves. música de Luis Cosme;
marionetes, fantoches e sombras feitos pelos alunos do curso de teatro de
bonecos.1956/1964 - Gravação de poemas por Margarida Lopes de Almeida, Jograis
de São Paulo e pela autora (Rio de Janeiro - Brasil) 1965 - Gravação de poemas
pelo professor Cassiano Nunes (New York - USA).1972 - Lançamento do filme
"Os inconfidentes", direção de Joaquim Pedro de Andrade, argumento
baseado em trechos de "O Romanceiro da Inconfidência".
RETRATO
Eu não
tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— em que espelho ficou perdida
a minha face?
(Cecília Meireles)
Análise:
O eu lírico faz um retrato de si próprio, constatando
as mudanças, as transformações psicológicas e físicas pelas quais foi passando
ao longo da vida.Esse poema se estrutura numa comparação entre como a pessoa
era no passado e como ela é no presente. Para isso, o eu-poético utiliza-se de
alguns termos para caracterizar aspartes do corpo desse eu que está sendo
desenhado ao leitor, como:
Rosto: calmo, triste e magro
mãos: paradas, frias e mortas
Olhos: vazios
Lábio: amargo
Mudança: simples, certa e fácil
imagens: google.com.br/imagens
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As palavras em destaque são nomeadas por
adjetivos e servem para expressar características,e estados dos seres como temas mais
constantes em suas obras: a precariedade da existência humana e da
vida, a fugacidade dos bens materiais e do tempo, a falta de sentido da vida, a
solidão a que o indivíduo está condenado, a vida como sonho, a distância, a
perda, a falta. Seu tom melancólico é
sereno, jamais toca o desespero. Sua poesia parece ansiar por atingir um
mundo atemporal e imaterial, em que a relatividade não existe e tudo é
absoluto; daí o desprezo pela matéria como algo que impede a perfeição e a
ascese espiritual, ou seja, a plenitude da alma. E, são alguns desses
temas que encontramos no poema “Retrato”, o qual o eu-poemático faz um retrato
de si mesmo, mostrando o antes e o depois do passar do tempo ele mostra a fugacidade
do tempo e da vida, e como menciona é uma mudança “tão simples, tão certa, tão
fácil...”, na verdade, tão rápida, que quando abrimos os olhos percebemos
que não somos mais crianças, adolescente, jovens, adultos, idosos, não
existimos mais. Tudo isso é retratado em tom melancólico.
bibliografia
CEREJA,William
Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens . São Paulo , Atual ,
2003.
Amaral,Emilia;
Ferreira, Mauro; Leite, Ricardo; Antonio, Severino. Coleção Novas palavras,
FTD, 2ª edição renovada São Paulo 2005.
http:/educaterra.terra.com.br./literatura/terradon
– 02/11/2013
MOISÊS,
Massaud. A Literatura Portuguesa. São Paulo, Cultrix, 2006.
SABRINA
LEMES DE SOUSA
ANDREIA DO NASCIMENTO JESUS SILVA QUEIROZ
JOSEFA
CONCEIÇÃO DA CRUZ
VANESSA
FREITAS COSTA
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ResponderExcluirO que é o modernismo? Por que tem este nome? Quais países da Europa influenciaram o modernismo brasileiro? O que é e como surgiu o Manifesto Antropofágico?
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