quinta-feira, 7 de novembro de 2013

modernismo no brasil

pre modernismo


Considera-se 1902 o marco inicial do Pré- Modernismo, com duas publicações de grande impacto: Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Canaã, de Graça Aranha. O Pré- Modernismo não chegou  a constituir propriamente uma escola literária, mas despertou as atenções para a realidade regionais até então ignoradas.Os escritores da época não tinham os mesmos ideais , sendo assim, surgiram obras com diversas faces da realidade brasileira. De um lado havia o desejo de enaltecer as grandezas da pátria, encobrindo seus incontáveis problemas. Os escritores dessa face tinha uma visão conservadora, concentravam suas preocupações no emprego da linguagem altamente elaborada, com um discurso pomposo. Representantes dessa tendência são escritores como Coelho Neto e Rui Barbosa.A outra vertente da literatura do período é a que agrupa escritores capazes de lançar um olhar crítico para a realidade brasileira. Esses escritores, Euclides da Cunha, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Lima Barreto, criaram obras que definiram os contornos do Pré- Modernismo.O Pré- Modernismo não apresentou nenhuma inovação formal, sua linguagem era muito parecida com a linguagem naturalista ou realista. O desejo de retratar objetivamente a realidade é outra característica que os pré- modernistas herdaram de seus antecessores. Euclides da cunha escreveu Os Sertões para denunciar o verdadeiro genocídio que havia ocorrido no interior da Bahia, durante a Guerra de Canudos; Graça Aranha, em Canaã, expôs conflitos decorrentes da imigração de colonizadores alemães no Espírito Santo. Monteiro Lobato  mostrava a decadência em que se encontrava a região do Vale do Paraíba, em São Paulo, antes próspera produtora de café.

1ª fase do modernismo


Poesia.

O primeiro momento do modernismo no Brasil foi a expressão da Semana de Arte Moderna, colocando-se a cima de tudo o desejo de renovar as formas e os temas da literatura nacional.O espírito emancipado das vanguardas alcançou a liberação as normas poéticas. Os versos ganham um ritmo mais fluente, marcado não pela contagem das sílabas, mas pela própria expressividade. As estrofes mudam, passam a agrupar um numero irregular de versos ou simplesmente desaparecem. A liberdade de linguagem permite que os autores se apropriem de textos analógicos da literatura do passado, recuperando-os em forma de parodia. O nacionalismo surge como grande tema neste período. A primeira geração modernista articula uma revisão critica da história de Brasil Mário de Andrade foi um dos responsáveis pela semana de Arte Moderna. Prosador, poeta e crítico literário, teve destacada atuação como músico e folclorista, sempre incentivou o resgate da cultura brasileira em seus múltiplos aspectos, folclores, dança, música etc.
semana da arte moderna:
Semana de Arte Moderna, iniciou em Fevereiro de 1922 em São Paulo, com o objetivo de divulgar o que acontecia nas Artes e nas Letras dos países europeus. A grande motivação da semana foi um desejo de renovação radical.
Com atividades semelhantes à de um festival, a Semana teve três dias de  de atividades culturais como: apresentações de música, dança  e recitais, mescladas com conferências, no Tetro Municipal de São Paulo. O grupo organizador constituiu uma das mais brilhantes gerações da nossa literatura. Ao lado de Oswald de Andrade destacava-se Mário de Andrade, Graça Aranha, Guilherme de Almeida, Menoti del Picchia, Ronald de Carvalho. A renovação artística consolidou-se com as obras de Anita Malfatti, Lasar Segal e Tarsila do Amaral, na pinura, Heitor Villa-Lobos, na música, Victo Brechere na escritura.













A semana de arte moderna (1922) é considerada o ponto culminante de um processo que se inicia duas décadas antes com as tentativas de renovação dos pré-modernistas, passando por publicações de livros, exposições de pintura, críticas, conferências etc. O que ganhou mais repercussão foi a exposição de Anita Malfatti, em1917, e a crítica que Monteiro Lobato – escritor e crítico do jornal – O Estado de São Paulo – fez a sua obra. Monteiro insinuava que a pintora fosse paranoica ou mistificasse artistas como Picasso, porém, os modernistas se uniram ás ideias de renovação, resultando assim cinco anos depois, na Semana de Arte moderna. Esse evento ocorreu entre 13 e 18 de fevereiro de 1922, no teatro Municipal de S.P, com conferências, leitura de poemas, dança e musica. Quando foi lido o poema “Os sapos”, de Manoel Bandeira, a plateia teve uma reação surpreendente, ora vaiando, relinchando e latindo, ora aplaudindo. A semana foi aos poucos ganhando importância histórica, porque representou a confluência das várias tendências de renovação na arte e na cultura brasileira antes de 1922 e cujo objetivo era combater a arte tradicional e também conseguiu aproximar os artistas com ideias modernistas que estavam dispersos. A primeira fase do modernismo foi de 1922 e 1930 e a segunda de 1930 a 1945. A primeira, caracterizou-se pelas tentativas de solidificação do movimento renovador e pela divulgação de obras e ideias modernistas. Os escritores de maior destaque dessa fase defendiam estas propostas: reconstrução da cultura brasileira sobre bases nacionais; pro moção de uma revisão crítica de nosso passado histórico e de nossas tradições culturais ; eliminação definitiva do nosso complexo de colonizados, apegados a valores estrangeiros. Após a semana de arte, destacam-se a publicação da revista Klaxon, que dá continuidade ao processo de divulgação das ideias modernistas, e o lançamento de quatro movimentos culturais: O Pau- Brasil, o Verde  Amarelismo, a Antropofagia e a Anta. Fundado em 1925, o movimento Pau- Brasil defendia a criação de uma poesia primitivista, construída com base na revisão crítica de nosso passado histórico e cultural e na aceitação e valorização das riquezas e contrastes da realidade e da cultura brasileiras. Em oposição a essas tendências, o grupo liderado pelo integralista Plínio Salgado lança os movimentos Verde- Amarelismo e Anta, que defendiam um nacionalismo ufanista, com inclinação para o nazi-fascismo. Na primeira geração do modernismo destacam-se: Oswaldo de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Alcântara Machado, Menotti del Picchia, Raul Bopp, Ronald de Carvalho e Guilherme de Almeida.


Oswaldo de Andrade: O antropólogo do Modernismo
A obra de Oswald de Andrade (1890 – 1954) representa um dos cortes mais profundos do modernismo brasileiro em relação á cultura do passado. Paulista, de família rica, Oswald cursa direito e ingressa na carreira jornalística e em 1931 ingressa no partido comunista, no qual permanece até 1945. Oswald sempre foi debochado, irônico e crítico, pronto para satirizar os meios acadêmicos ou a própria burguesia, classe da qual se originara. Sem ser ingênuo e ufanista, Oswald defendia a valorização de nossas origens, de nosso passado histórico e cultural, mas de forma critica, isto é, recuperando, parodiando, ironizando e atualizando nossa história de colonização, como faz neste poema:









AS MENINAS DO GARE
Eram três ou quatro moças bem
[ moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olhamos
Não tínhamos nenhuma vergonha.
  (poesias reunidas. 5. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. P.80.)
Os versos que compõem esse poema são trechos extraídos da carta, de Pero Vaz de Caminha, que anuncia o descobrimento do Brasil. Contudo, ao introduzir o titulo “ as meninas da gare” (gare: estação de trem), o poeta consegue deslocar o sentido original do texto, conferindo-lhe atualidade e visão critica. Antes eram índias, nuas, em estado de inocência original; hoje são prostitutas que fazem ponto na estação de trem. Quais teriam sido as vantagens da civilização?   Quanto á construção dos textos, a linguagem criada por Oswald – nova, então, entre nós – caracteriza-se pela síntese, pelas rupturas sintáticas e lógicas, pelas imagens bruscas, pela fragmentação e, ás vezes, pela técnica dadaísta do ready – made. Oswald é um expoente da primeira fase do nosso modernismo: o humor misturado ao lirismo, a piada e a imaginação, os lugares-comuns usados poeticamente, a fala popular, a caricatura da retórica, a ironia, os flashes cinematográficos, além das rupturas sintáticas, da fragmentação e da síntese, observadas nos poemas-minuto.
Mario de Andrade: Vanguarda e tradição
Mario de Andrade(1893-1945) nasceu em São Paulo, cidade que amou intensamente e que retratou em várias de suas obras. O autor teve um papel decisivo na implantação do modernismo no Brasil. Homem de vasta cultura.Pesquisador paciente Mário soube dar a substância teórica de que necessitava o movimento em algumas ocasiões: em 1922, meses após a semana, publicou o seu “prefácio interessantíssimo”, texto teórico que abre “ Paulicéia desvairada” sua primeira obra de poemas verdadeiramente modernista.
Paisagem n. 4.
Os caminhões rodando, as carroças rodando,
Rápidas as ruas se desenrolando,
Rumor surdo e rouco, estrépidos, estalidos...
E o largo coro de ouro das sacas de café!...(...)
Oh! Este orgulho máximo de ser paulistanamente!!!
Manuel Bandeira: o resgate lírico
Manuel Bandeira (1886-1968) compõe, juntamente com Oswald e mário de Andrade, a tríade maior da primeira fase modernista, responsável pela divulgação e pela solidificação do movimento em nosso país. Entre as inúmeras contribuições deixadas pela poesia de Manoel Bandeira, duas se destacam: O seu papel decisivo na solidificação da poesia de orientação moderna, com todas as suas implicações (verso livre, língua coloquial, irreverência, liberdade criadora etc.), e o alargamento da lírica nacional pela sua capacidade de extrair a poesia de coisas aparentemente banais do cotidiano. Ele parte de temas considerados ” baixos’’ para a criação da “grande poesia”, tais como a própria doença, o quarto, as ações mecânicas do cotidiano, o jornal, a cultura popular etc. Bandeira cria uma poesia rica em construção e significação. Veja nos versos a seguir, a critica social e a reflexão filosófica acerca da condição humana com as oposições formais e a coloquialidade linguística:
Poema tirado de uma notícia de jornal:
João gostoso era carregador de feira- livre e morava no
                                               [moro da Babilônia num barracão sem numero
Uma noite ele chegou no bar  Vinte de novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu
                                                                                              Afogado,
(Estrela da vida inteira. 2. ed. Rio de Janeiro: J.Olympio, 1970.p.117.)
Retomando certos motivos já explorados por poetas românticos – a saudade, a infância, a solidão – e procurando estreitar os laços entre poesia e cultura popular, Manuel Bandeira mantém, de fato, alguns pontos de contato com o romantismo, mas é um poeta essencialmente modernista
 

 
Modernismo 2ª fase
O segundo período do Modernismo brasileiro se estendeu de 1930 a 1945. Internacionalmente, o país vivia uma depressão econômica, causada pelas duas guerras mundiais (1919-1939) e pelo avanço do nazi-fascismo. Já no plano nacional houve a ascensão de Getúlio Vargas ao poder. década de 30 houve um forte impacto na economia mundial, com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, chamado de Grande Depressão. paralisações de fábricas, falências bancárias, desemprego em massa, fome e miséria eram constantes. No Brasil, a República do café-com-leite ou República Velha estava em crise,superprodução de café desestabilizou a economia. Ocorreu a Revolução de 1930 no Brasil, que levou Getúlio Vargas ao governo provisório, Vargas resolveu iniciar a ditadura militar no Brasil, em 1937. Foi implantado o “Estado Novo”, que compreendeu o longo período anticomunista e antidemocrático no Brasil, chefiado unicamente por Getúlio Vargas, que durou até 29 de outubro de 1945, quando Getúlio renunciou ao cargo.
Prosa
A prosa de 1930 é chamada de Neorrealismo pela retomada de alguns aspectos do Realismo-Naturalismo, A literatura estava voltada para a realidade brasileira como forma de manifestar as então recentes crises sociais e inquietações da implantação do Estado Novo do governo Vargas e da Primeira grande guerra. Romancistas observavam com olhos críticos a realidade brasileira.
A produção literária dessa fase pode ser dividida em três tipos de prosa:
·         Regionalista: origem do romantismo adotada pelos naturalistas e pré modernistas o sertão nordestino, miséria, seca e os descaso político são os temas mais frequentes marco inicial foi o romance A bagaceira, de José Américo de Almeida, em 1928. Principais autores José Lins do Rego, Jorge Amado, Rachel de Queiroz e Graciliano Ramos
·         Urbana: a temática é a vida das grandes cidades o homem urbano e os problemas sociais autor principal Érico Veríssimo, no início de sua carreira.
·         Intimista:influenciada pela literatura psicanalítica de Freud temática mundo interior chamada de prosa “de sondagem psicológica” principais autores são: Lúcio Cardoso, Clarice Lispector, Cornélio Pena, Otávio de Faria e Dionélio Machado.
 
 
 
Rachel de Queiroz
cearense Rachel de Queiro  foi a primeira mulher a entrar para Academia Brasileira de Letras e ocupava a cadeira número 5, para a qual foi eleita em 4 de agosto de 1977. Publicou seu  primeiro livro aos 20 anos de idade o romance  "O Quinze" produziu obras como "As Três Marias" e "Memorial de Maria Moura", que virou minissérie na TV Globo.
 "O Quinze" (1930), romance; "João Miguel" (1932), romance; "Caminho de Pedras" (1937), romance; "As Três Marias" (1939), romance; "A Donzela e a Moura Torta" (1948), crônicas; "O Galo de Ouro" (1950), romance. folhetins na revista "O Cruzeiro"; "Lampião" (1953), teatro; "A Beata Maria do Egito" (1958), teatro; "100 Crônicas Escolhidas" (1958); "O Brasileiro Perplexo" (1964), crônicas; "O Caçador de Tatu" (1967), crônicas; "O Menino Mágico" (1969), infanto-juvenil; "As Menininhas e Outras Crônicas" (1976); "O Jogador de Sinuca e Mais Historinhas" (1980); "Cafute e Pena-de-Prata" (1986), infanto-juvenil; "Memorial de Maria Moura" (1992),romance.Obras Reunidas de Ficção:
 "Três Romances" (1948);- "Quatro Romances" (1960);- "Seleta", seleção de Paulo Rónai; notas e estudos de Renato Cordeiro Gomes (1973)
 

 

 

Resenha “o quinze”
O quinze, de Rachel de Queiroz, foi o primeiro livro brasileiro publicado por uma mulher, a 15 a seca que afetou o Ceará em 1915 e que é pano de fundo para a história contada nesse seu primeiro romance, lançado no ano de 1930, mas que continua com temáticas bem atuais e ainda presentes na vida de muitos sertanejos.o romance O quinze conta a realidade vivida pelo povo cearense com a seca de 1915 e conta essa realidade em dois planos diferentes: o primeiro é o de Chico Bento e sua família, que são obrigados a abandonar o Logradouro (interior do Ceará), seu local de morada, por causa da seca que assolava a região. Chico Bento era vaqueiro e a dona da fazenda em que ele trabalhava o avisara de que, caso não chovesse até o dia de São José (19 de março), ele deveria abrir as porteiras e soltar o gado. A partir desse momento, então, ele estaria sem emprego e sem condição nenhuma de alimentar sua família. Sua ideia era tentar ir com a mulher (Cordulina), a cunhada e cinco filhos pequenos para Fortaleza, a capital do Estado  e de lá ir para o Amazonas, trabalhar no extrato da borracha. Porém, essa sua trajetória até a capital será muito mais penosa do que ele imagina, uma vez que seus mantimentos logo acabarão e ele descobrirá que o governo não está sendo tão solidário quanto se divulga. O segundo plano através do qual a história dO quinze é contada é a história de Conceição e Vicentes, primos que desde sempre flertaram um com o outro e nunca saíram disso. Conceição é a primeira personagem de nossa literatura que tem o comportamento no estilo do que viria a ser a mulher do século XX e XXI: mulher que age, resolve problemas, estuda, lê por obrigação e por prazer e não precisa necessariamente se casar para ser completamente realizada. Flerte interrompido também pela seca, uma vez que Conceição tem que se distanciar e ir para Fortaleza junto à avó chega a se questionar sobre a natureza desse possível relacionamento: ele, um homem sem estudos e trabalhador rural, ela, uma mulher formada professora, leitora ávida, acostumada à vida na capital. ao longo da leitura, vamos descobrindo o desfecho de ambas as histórias. Mesmo sendo a seca um tema absolutamente triste, o romance O quinze é simplesmente apaixonante.
Jorge amado
Jorge Amado de Farias nasceu em 10 de agosto de 1912, em Itabuna, Bahia. Passou a infância entre sua cidade natal e Salvador. considerado é dos principais representantes do romance regionalista da Bahia. Um dos mais lidos no Brasil e no mundo,  livros traduzidos para diversos idiomas, refletem a realidade dos temas, paisagens, dramas humanos, secas e migração. estilo deste autor também é conhecido como romance da terra e seus livros possuem uma linguagem agradável e de fácil compreensão conquistaram não só os falantes da língua portuguesa como de outros idiomas: inglês, espanhol, francês, italiano, alemão, etc. Morreu em Salvador ( Bahia ), no dia 6 de Agosto de 2001, quatro dias antes de completar 89 anos.Um dos autores brasileiros que teve mais obras adaptadas  para: tv, teatro, cinema, espetáculos de dança.
Obras:
Romance: O país do carnaval(1931); Cacau(1933); Suor(1934); Jubiabá(1935); Mar Morto(1936); Capitães da areia(1937); Terras do sem-fim(1942); São Jorge dos Ilhéus(1944); Seara vermelha(1946); Os subterrâneos da liberdade(1952); Gabriela, cravo e canela(1958); Dona flor e seus dois maridos(1967); Tenda dos milagres(1970); Teresa Batista cansada de guerra(1973); Tieta do agreste(1977); Farda, fardão e camisola de dormir(1979). Novela: Os velhos marinheiros(1961); Os pastores da noite(1964). 
Biografia: ABC de Castro Alves(1941); Vida de Luís Carlos Prestes, o cavaleiro da esperança(1945). Teatro: O amor de Castro Alves, reeditado como O amor do soldado(1947). 
 

Resenha “Gabriela cravo e canela”
Gabriela, Cravo e Canela, livro de 1958 escrito por Jorge Amadonarra o romance entre Gabriela e o sírio Nacib. Nacib é dono de um bar, o bar Vesúvio, que concentra os coronéis da cidade de Ilhéus e é o ponto de encontro dos homens da cidade (junto com o cabaré Bataclan). O sírio vive dias de cão quando sua cozinheira, Filomena, decide ir embora de Ilhéus. Sua única salvação para fazer as comidas do bar são as irmãs Dos Reis, que cobram caro demais e começam a lhe trazer prejuízo.  Em uma busca incensante pela cidade por cozinheira, Nacib encontra no "mercado de escravos" Gabriela, uma retirante com quase nada além de sua trouxa que chegou em Ilhéus fugindo da seca.O pano de fundo da história entre os dois é a ascensão da produção de cacau na cidade de Ilhéus e asmudanças sociais impulsionadas pelo declínio da sociedade patriarcal dirigida pelos velhos coronéis. constituído de vários núcleos e não se limita apenas ao romance entre Gabriela e Nacib. Personagens cativantes, como a jovem revolucionária Malvina, ou intrigantes, como a luxuriosa Glória, permeiam a obra e a deixam ainda mais interessante. A partir de alguns personagens mais tradicionais, Jorge Amado descreve costumes antigos: a honra lavada com sangue, o machismo que imperava, a tecnologia que assustava e o preconceito que desde aquela época já estava cravado na sociedade brasileira. No romance de Jorge Amado, a oposição entre modernidade e costumes tradicionais, o culto e o popular é representada, respectivamente, pelos personagens Nacib e Gabriela. Essa diferença de temporalidades históricas marca a relação entre os dois. Gabriela vive com pouco, quase nada e se julga feliz. Nacib, de vida feita, casa e comida, não encontra a felicidade de jeito nenhum, só entre o perfume de cravo e a cor de canela de Gabriela.
Poesia
A poesia da Geração de 30 demonstra tanto uma liberdade formal características das poesias desta segunda fase literária: a ironia, a reflexão sobre o destino do ser humano a poesia lírica o regionalismo temas das poesias são universais voltados às vivências da sociedade a respeito das crises sociais que aconteciam no mundo. Os principais poetas dessa fase são: Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Lima, Vinícius de Moraes, Cecília Meireles e Murilo Mendes.
Vinicius de moraes
Vinicius de Moraes nasceu no Rio de Janeiro em 19 de outubro de 1913, e morreu na madrugada de 9 de julho de 1980, aos 67 anos, devido a problemas decorrentes de uma isquemia cerebral. deixou uma obra vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No gênero musical, Vinicius teve como principais parceiros um seletíssimo grupo, que incluía entre outros, Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.
SONETO) DE FIDELIDADE
    (Vinicius de Moraes) 

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quanto mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama.

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Análise:

Na primeira estrofe, há a exaltação do amor, e promessa de fidelidade; Na sgunda enaltece o amor como um sentido para sua vida vã, A possibilidade de desfrutar tal sentimento gera em si prazer, mesmo não sendo este algo que lhe traga apenas felicidade; Na terceira o tempo nãp é priorizado,mas sim o fim das coisas, demonstrando sua contrariedade em relação à morte e ao amor;Na última estrofe a expressão do desejo de vivenciar este sentimento. Poema em um ritmo heroico e qualidade de rimas raras.
Cecília Meireles
CecíliaBenevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Tendo feito aos 9 anos sua primeira poesia, estreou em 1919 com o livro de poemas Espectros, escrito aos 16 e recebido com louvor por João Ribeiro.
Publicou a seguir:
Criança, meu amor, 1923;Nunca mais... e Poemas dos Poemas, 1923;Criança meu amor..., 1924; Baladas para El-Rei, 1925; O Espírito Vitorioso, 1929 (ensaio - Portugal); Saudação à menina de Portugal, 1930; Batuque, Samba e Macumba, 1935 (ensaio - Portugal);A Festa das Letras, 1937;Viagem, 1939;Vaga Música, 1942;Mar Absoluto, 1945;Rute e Alberto, 1945
Rui — Pequena História de uma Grande Vida, 1949 (biografia de Rui Barbosa para crianças);Retrato Natural, 1949;Problemas de Literatura Infantil, 1950
Amor em Leonoreta, 1952;Doze Noturnos de Holanda & O Aeronauta, 1952
Romanceiro da Inconfidência, 1953;Batuque, 1953;Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955;Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955;Panorama Folclórico de Açores, 1955;Canções, 1956;Giroflê, Giroflá, 1956;Romance de Santa Cecília, 1957;A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957;A Rosa, 1957;Obra Poética,1958
Metal Rosicler, 1960;Poemas Escritos na Índia, 1961;Poemas de Israel, 1963
Antologia Poética, 1963;Solombra, 1963;Ou Isto ou Aquilo, 1964;Escolha o Seu Sonho, 1964Crônica Trovada da Cidade de Sam Sebastiam no Quarto Centenário da sua Fundação Pelo Capitam-Mor  Estácio de Saa, 1965
O Menino Atrasado, 1966;Poésie (versão para o francês de Gisele Slensinger Tydel), 1967;Antologia Poética, 1968;Poemas italianos, 1968;Poesias (Ou isto ou aquilo & inéditos), 1969;Flor de Poemas, 1972;Poesias completas, 1973
Elegias, 1974;Flores e Canções, 1979;Poesia Completa, 1994;Obra em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998;Canção da Tarde no Campo, 2001;Episódio humano,2007.

Teatro:
1947-O jardim ;1947-Ás de ouros.
Observação: "O vestido de plumas"; "As sombras do Rio"; "Espelho da ilusão"; "A dama de Iguchi" (texto inspirado no teatro Nô, arte tipicamente japonesa), e "O jogo das sombras" constam como sendo da biografada, mas não são conhecidas.
OUTROS MEIOS:
1947 - Estréia "Auto do Menino Atrasado", direção de Olga Obry e Martim Gonçalves. música de Luis Cosme; marionetes, fantoches e sombras feitos pelos alunos do curso de teatro de bonecos.1956/1964 - Gravação de poemas por Margarida Lopes de Almeida, Jograis de São Paulo e pela autora (Rio de Janeiro - Brasil) 1965 - Gravação de poemas pelo professor Cassiano Nunes (New York - USA).1972 - Lançamento do filme "Os inconfidentes", direção de Joaquim Pedro de Andrade, argumento baseado em trechos de "O Romanceiro da Inconfidência".
RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
 em que espelho ficou perdida
a minha face?
(Cecília Meireles)
Análise:
O eu lírico faz um retrato de si próprio, constatando as mudanças, as transformações psicológicas e físicas pelas quais foi passando ao longo da vida.Esse poema se estrutura numa comparação entre como a pessoa era no passado e como ela é no presente. Para isso, o eu-poético utiliza-se de alguns termos para caracterizar aspartes do corpo desse eu que está sendo desenhado ao leitor, como:
Rosto: calmo, triste e magro
          mãos: paradas, frias e mortas
         Olhos: vazios
           Lábio: amargo
       Mudança: simples, certa e fácil
 
As palavras em destaque são nomeadas por adjetivos e servem para expressar características,e estados dos seres como temas mais constantes em suas obras: a precariedade da existência humana e da vida, a fugacidade dos bens materiais e do tempo, a falta de sentido da vida, a solidão a que o indivíduo está condenado, a vida como sonho, a distância, a perda, a falta. Seu tom melancólico é sereno, jamais toca o desespero. Sua poesia parece ansiar por atingir um mundo atemporal e imaterial, em que a relatividade não existe e tudo é absoluto; daí o desprezo pela matéria como algo que impede a perfeição e a ascese espiritual, ou seja, a plenitude da alma. E, são alguns desses temas que encontramos no poema “Retrato”, o qual o eu-poemático faz um retrato de si mesmo, mostrando o antes e o depois do passar do tempo ele mostra a fugacidade do tempo e da vida, e como menciona é uma mudança “tão simples, tão certa, tão fácil...”, na verdade, tão rápida, que quando abrimos os olhos percebemos que não somos mais crianças, adolescente, jovens, adultos, idosos, não existimos mais. Tudo isso é retratado em tom melancólico.
 
 
bibliografia
CEREJA,William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens . São Paulo , Atual , 2003.
Amaral,Emilia; Ferreira, Mauro; Leite, Ricardo; Antonio, Severino. Coleção Novas palavras, FTD, 2ª edição renovada São Paulo 2005.
http:/educaterra.terra.com.br./literatura/terradon – 02/11/2013
MOISÊS, Massaud. A Literatura Portuguesa. São Paulo, Cultrix, 2006.
imagens: google.com.br/imagens
postado por









SABRINA LEMES DE SOUSA
ANDREIA DO NASCIMENTO JESUS SILVA QUEIROZ
JOSEFA CONCEIÇÃO DA CRUZ
VANESSA FREITAS COSTA





 
 
 
 








2 comentários:

  1. Respostas
    1. O que é o modernismo? Por que tem este nome? Quais países da Europa influenciaram o modernismo brasileiro? O que é e como surgiu o Manifesto Antropofágico?

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