quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O Modernismo em Portugal



MODERNISMO
           
            No inicio do século XX a população vivenciava um progresso até então desconhecido. A vida moderna trazia muitos avanços científicos e tecnológicos e junto a eles uma nova perspectiva começava a se formar. A Revolução Industrial trazia suas fabricas, maquinas e ferrovias expandindo os centros urbanos, ou seja, a vida não era a mesma. Simultaneamente o mundo encarou a 1° Guerra Mundial que mesmo depois de findada deixou muitas mudanças para trás.
            Após a Guerra o mundo iniciava sua mudança, começando a romper muitas ideias antiquadas e as novas perspectivas se tornavam um movimento conhecido como Modernismo, movimento este que afetou a arquitetura, literatura, pintura, escultura, musica, teatro e outras áreas artísticas. Quando a modernidade começou a se fazer notar criou-se uma ruptura no modo de vida ultrapassado e começou a se vislumbrar a criação de uma nova cultura. Os destroços da guerra fizeram com que se percebesse a necessidade de se reinventar e progredir.

MODERNISMO NA LITERATURA



O Modernismo se opunha ao antiquado, focando na criação livre se desvinculando das regras e delimitações de antigos movimentos.  A primeira mudança vem com a liberdade de expressão, o autor não deve seguir nada além do seu próprio “eu”, pois o individualismo começa a ser característica marcante na sociedade, e consequentemente, assuntos corriqueiros e cotidianos são incorporados à literatura. Os textos não descrevem, com em outrora, apenas grandes feitos, e sim a vida diária, pois junto ao individualismo se nota que tudo é objeto literário. A estética utilizada na literatura também se renova; o poeta se torna livre na métrica poética e até a rima, ponto marcante, começa a ser desconstruída.
          
PRÉ-MODERNISMO

            O pré-modernismo foi o período de transição entre as antigas correntes literárias para o novo movimento, ainda em construção. O período iniciou através de vanguardas europeias (do francêsavant-garde; batalhão militarque precede as tropas de ataque, ou seja, que “está à frente”) que se popularizaram com suas atitudes colocando-se a frente deste grande movimento, atitudes essas que causaram muita polemica, pois o intuito era romper com as tradições antigas no que se referia à Arte em geral e introduzir uma nova perspectiva que se opunha ao tradicionalismo, deixando de ser mera reprodução do que já existia dando oportunidade para novos processos criativos.
          
MODERNISMO EM PORTUGAL

O Modernismo se difundiu rapidamente na Europa, e chegou a Portugal, que encarava uma crise pós-guerra, o marco inicial foi a publicação da revista Orpheu, em 1915, influenciado pelos movimentos Modernistas espalhados pela Europa, como o Cubismo, Futurismo e Surrealismo.



            Essa primeira fase se intitula Orfismo, visto que o pontapé inicial veio da revista
Orpheu. Seguindo os vanguardistas europeus a revista era a voz que rugia as ideias do novo movimento. Inspirados pelo saudosismo de Teixeira de Pascoaes no pré-modernismo e os movimentos europeus, a revista era um projeto luso-brasileiro, e embora tivesse apenas duas publicações, foi um grande marco no Modernismo Português. Grandes nomes como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada-Negreiros, dentre outros, ficaram conhecidos como geração d’Orpheu por suas contribuições. Um grande foco da época era o de escandalizar os burgueses como muita irreverencia, ironia e inteligência.
          



A segunda fase Modernista se inicia em 1927, com a publicação da revista Presença, que deu origem ao nome da fase do Presencismo. Essa nova geração rejeitava as propostas radicais do Orfismo buscando ser mais neutra em âmbito social e político e mais focada na estética artística. Na literatura portuguesa, a revista Presença (de José Régio e João Gaspar Simões) era vista por alguns como “a contrarrevolução do modernismo” e, por outros, como “um segundo modernismo”. A Literatura era muito mais voltada ao individualismo se esquivando dos problemas sociais e voltando-se ao Psicologismo, além da forma estética da escrita. Seus principais representantes foram: José Régio, João Gaspar Simões e Branquinho da Fonseca.
           



       O terceiro movimento, o Neo-Realismo, começou em 1940 sendo muito influenciado por brasileiros. Diferente da fase do Presencismo, o Neo-Realismo tinha um cunho muito social, deixando um pouco daquela subjetividade individual e se consolidando como denuncia social. A fase foi muito conturbada uma vez que a 2°Guerra Mundial acontecera e abria ainda mais as fronteiras para uma Literatura mais social. Essa nova fase era diferente do Presencismo que propunha “a arte pela arte”, pois via na Literatura uma ferramenta histórico-social importante, capaz de ajudar nas desigualdades sociais.



       O lançamento de “Gaibéus” de Alves Redol foi o marco do movimento, por ser a primeira obra a expor a luta pela sobrevivência dos gaibéus, trabalhadores rurais de Portugal. Os escritores da época eram jornalistas, e por isso, uma das características do Neo-realismo é a linguagem simplificada. Ferreira de Castro, Carlos de Oliveira, Fernando Namora e Vergílio Ferreira são alguns dos destaques da fase neo-realista.
No Brasil ocorria um retrocesso político com a Ditadura, e nesse período a Literatura Regionalista começou a se difundir e se fortalecer, sendo grande marca dessa fase do Modernismo. Jorge Amado, Graciliano Ramos e José Lins do Rego foram alguns dos autores brasileiros que voltaram-se a critica social da situação com o intuito de conscientizar os leitores a respeito dessa diferença social.
            Depois de todos esses movimentos, a literatura portuguesa já se mostrava rica e bem diversificada. Várias revistas literárias surgiram, como por exemplo, Cadernos do meio-dia e Árvore. O legado criado pelos movimentos do Modernismo deixou marcas inesquecíveis, que são seguidas por escritores contemporâneos até os dias atuais. José Saramargo, escritor português com um enorme publico no Brasil, é um dos exemplos. Suas obras se destacam pela originalidade e pela maneira de reconstruir velhos conceitos. Em 1998 Saramargo se torna o primeiro escritor de língua portuguesa a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura.  No Brasil temos Rubem Fonseca, Dalton Trevisan, Chico Buarque e outros, que abraçaram o Modernismo que pode ser encontrado até hoje nos detalhes da vida moderna.


REFERÊNCIAS

PEREIRA, Helena Bonito. Toda a Literatura Portuguesa e Brasileira. São Paulo: FTD, 2000.
FARACO, Carlos Emílio e MOURA, Francisco Marto. Língua e Literatura. São Paulo: Ática, 1999. 


JONATHAS DE ALMEIDA                   RA: 3708616030
KEILA COUTINHO                                  RA: 4210811720

PAMELA BUSTAMANTE                     RA: 4200063345

2 comentários:

  1. Foi achei muito interessante a postagem porem senti a falta de mais coisas sobre Fernando Pessoa pois ele é considerado um dos dois mais importantes poetas portugueses ao lado de Camões
    Sabrina Lemes de Souza 4200063387

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  2. Tentamos focar mais no movimento que foi o Modernismo que em seus autores, embora tenhamos mencionados alguns não nos aprofundamos nessa síntese, pois tal abordagem mereceria um outro trabalho de cunho mais biográfico. Jonathas Almeida 3708616030

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