sábado, 9 de novembro de 2013

Bonus:


Contexto histórico

Nas últimas décadas, a cultura brasileira vivenciou um período de acentuado desenvolvimento tecnológico e industrial neste período também ocorreram diversas crises no campo político e social os anos 60(durante o governo  democrático-populista de J.K.) o Brasil viveu uma verdadeira euforia política e econômica, com reflexos na cultura: Bossa Nova, Cinema Novo, teatro de Arena, as Vanguardas, e a Televisão.porem essa euforia teve final com a crise desencadeada pela renúncia do presidente Jânio Quadros e o golpe militar que derrubou João Goulart, o governo militar estabeleceu um clima de censura e medo no país ( AI-5; fechamento do Congresso; jornais censurados, revistas, filmes, músicas; perseguição e exílio de intelectuais, artistas e políticos). A cultura usou disfarces ou recuou e se marginalizou.Em 1979, um dos atos do presidente Figueiredo foi sancionar a lei da anistia, permitindo a volta dos exilados. Fato que fez com que o otimismo e esperança renascessem naqueles que discordavam da política praticada pelos militares daquele período.Na década de 80 inicia-se uma mobilização popular pela volta das eleições diretas, que só veio a concretizar-se em 89, com a posse de Fernando Collor de Mello, cassado em 1991. Em 1995 : eleição e posse do presidente Henrique Cardoso.

 

Manifestações Artísticas

As manifestações literárias desse período desenvolvem-se a partir de duas linhas-mestras:  De um lado, a permanência de alguns autores já consagrados como João Cabral e Carlos Drummond de Andrade acompanhada do surgimento de novos artistas como Lygia F. Telles e Dalton Trevisan, ligados as linhas tradicionais da literatura brasileira: regionalismo, intimismo, urbanismo, introspecção psicológica.  De outro lado, o rompimento com o tradicionalismo propostas alternativas ou experimentais, busca de novos caminhos ou exprimindo de maneiras pouco convencionais as tensões de um país sufocado pelas forças da repressão. Nessa vertente nascem o concretismo, a poesia Práxis,os romances e contos fantásticos, alegóricos.A rapidez de sucessão dos modismos, tendo por objetivo o consumo desenfreado;o lucro, passou a reinar na sociedade brasileira.Tratando-se especificamente da Literatura temos as seguintes características dessa arte, neste período: 

1.    Ludismo na criação da obra, desembocando freqüentemente na paródia ou pastiche. Ex: as sucessivas imitações do famoso poema de Gonçalves Dias, "Canção do Exílio" ("Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá...").

2.     Intertextualidade, característica da qual os textos de Drummond como "A um bruxo com amor" (retomando M. de Assis); "Todo Mundo e Ninguém" (retomando
o auto da Lusitânia, de Gil Vicente) são belos exemplos.

3.     Fragmentação textual: "associação de fragmentos de textos colocados em seqüência, sem qualquer relacionamento explícito entre a significação de ambos", como em uma montagem cinematográfica.

POESIA

Nesta há duas constantes:

1.    Uma reflexão cada vez mais acurada e crítica sobre a realidade e a busca de novas formas de expressão;  nomes consagrados como João Cabral, Mário Quintana, Drummond no painel da literatura.

2.     Afirmação de grupos que usavam técnicas inovadoras como: sonoridade das palavras, recursos gráficos, aproveitamento visual da página em branco, recortes, montagens e colagens.

As principais vanguardas poéticas prendem-se aos grupos: Concretismo, Poema-Processo, Poesia-Social, Tropicalismo; Poesia-Social e Poesia-Marginal.

Concretismo:                                    
O concretismo idealizado e realizado pelos irmãos Haroldo e Augusto de Campos e por Décio Pignatari . Em 1952 esse movimento começou a ser divulgado através da revista "Noigrandes"("antídoto contra o tédio" em linguagem provençal), seu lançamento oficial aconteceu em 1956, com a Exposição Nacional da Arte Concreta em São Paulo. Suas propostas aparecem no Plano- Piloto da Poesia Concreta; assinado por seus inventores. Poesia concreta: produto de uma evolução crítica de formas, encerrando o ciclo histórico do verso ( unidade rítmico- formal), a poesia concreta começa por tomar conhecimento do espaço gráfico como agente estrutural, espaço qualificado estrutura espácio- temporal, em vez de desenvolvimento meramente temporístico ¬linear, daí a importância da idéia do ideograma, desde o seu sentido geral de sintaxe espacial ou visual, até o seus sentido específico de método de compor baseado na justa posição direta -analógica não lógico¬discursiva - de elementos.  Poesia concreta: uma responsabilidade integral perante a linguagem, realismo total, contra uma poesia de expressão, subjetiva e hedonística. Criar problemas exatos e resolvê-los em termos de linguagem sensível um arte geral da palavra. o poema- produto: objeto útil.Vários poemas desse período não apresentam versos; "jogam" com a forma e o fundo, e, "brincam" com o significado e o significante do signo lingüístico, rejeitam a idéia de lirismo e tratam de forma inusitada o tema. O poema é como um quadro, sem ligações com o universo subjetivo; esse "objeto" concreto é passível de manipulação e permite múltiplas leituras.Como se pode perceber, retomam procedimentos que remontam às vanguardas do início do século, tais como Cubismo e Futurismo. Seus recursos são os mais variados: experiências sonoras aliterações, paronomásias; caracteres tipográficos variados (formas e tamanhos); diagramação; criação de neologismos... O poeta é um artesão da civilização urbana, sintonizado com o seu tempo.

Poesia – Práxis:

Em 1962, Mário Chamie lidera em grupo contra o radicalismo dos "mais concretos" e instaura a poesia-práxis. Em sua obra Lavra-lavra faz um manifesto:
"as palavras não são corpos inertes, imobilizados a partir de quem as profere e as usa... As palavras são corpos- vivos. Não vítimas passivas do contexto.O autor práxis não escreve sobre temas, ele parte de "áreas"(seja uma fato externo ou emoção), procurando conhecer todos os significados e contradições possíveis e atuantes dessas áreas, através de elementos sensíveis que conferem a elas realidade e existência"

A poesia-práxis preocupou-se com a palavra- energia, que gera outras palavras - uma valorização do ato de compor. Como vê no poema Agiotagem, de Mário Chamie:

Agiotagem
um dois três
o juro: o prazo
o pôr/ o cento/ o mês/ o ágio porcentagio.
dez cem mil
o lucro: o dízimo
o ágio/ a moral/ a monta em péssimo empréstimo.

muito nada tudo a quebra: a sobra a monta/ o pé/ o cento/ a quota haja nota agiota.
Fragmento do Poema "LAVRADOR" (Mário Chamie)
LAVRA: Onde tendes pá, pé e o pó sermão da cria: tal terreiro
DOR: Onde tenho a pó, o pé e a pá quinhão da via: tal meu meio de plantar sem água e sombra.

LAVRA: Onde está o pó, tendes cãimbra;
Poema-código (ou semiótico) e Poema / Processo.

Em 1964, Décio Pignatari e Luiz Ângelo Pinto, lançaram a idéia do poema- código ou semiótico, predominantemente visual, que incorporou outras linguagens (jornal, propaganda), montando um texto à maneira dadaísta.

Uma outra variante do Concretismo foi uma radicalização ainda maior - o poema - processo -, criação de Wladimir Dias Pino e Alvares de Sá, utilizou sobretudo signos visuais e dispensou o uso da palavra.

A poética da resistência: A poesia -social

Seu principal mentor é o maranhense Ferreira Gullar, que, em 1964, rompe com a poesia concreta e retoma o verso discursivo e temas de interesse social (guerra- fria, corrida atômica, neocapitalismo, terceiro mundismo), buscando maior comunicação com o leitor e servir como testemunha de uma época. Após o golpe militar e a AI-5, empreende uma verdadeira "poesia de resistência". ao lado de outros escritores, artistas e compositores (J.J. Veiga, Thiago de Mello, Affonso Romano de Sant'Ana, Antônio Callado, Gianfrancesco Guarnieri, Chico Buarque, Oduvaldo Viana Filho...).

 

Chico Buarque de Holanda



A Banda
                
 
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou 
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Pra ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor

 

Tropicalismo
O movimento musical popular chamado Tropicalismo originou-se, ainda na década de 60, nos festivais de M. P. B. realizados pela TV Record, que projetaram no cenário nacional, os jovens Caetano Veloso, Gilberto Gil, o grupo Os Mutantes e Tom Zé, apoiados em textos de Torquato Neto e Capinam e nos arranjos do maestro Rogério Duprat. Com humor, irreverência, atitudes rebeldes e anarquistas os tropicalistas procuravam combater o nacionalismo ingênuo que dominava o cenário brasileiro, uma volta aos ideais e as propostas do Movimento Antropofágico de Oswald de Andrade propunham a devoração e de deglutição de todo e qualquer tipo de cultura, das guitarras elétricas dos Beatles passando pela Bossa Nova de João Gilberto e o "nordestinismo" de Luiz Gonzaga.
 

Características: dos textos: ironia e paródia, humor e fragmentação da realidade;rompimento com padrões tradicionais da linguagem ( pontuação sintaxe etc.).Influências na música, porem também na literatura e no teatro.
Com o AI-5, seus representantes foram perseguidos e exilados.com isso a linguagem artística ou se cala ou se metaforiza e apela para meios não convencionais de divulgação.

A Poesia Marginal

Essa poesia se desenvolveu sob a mira da polícia nos anos 70 foi uma manifestação de denuncia e de protesto, uma explosão de literatura geradora de poemas espontâneos, mal-acabados, irônicos, coloquiais, que falam do mundo imediato do próprio poeta, zombam da cultura, escarnecem a própria literatura, Experimentalismo, moralidade, ideologia e irreverência são algumas de suas características. A divulgação dessa obra é através de textos fechados em muros; jornais, revistas e folhetos mimeografados ou impressos em gráficas de fundo de quintal e vendidas em mesas de restaurantes, portas de cinemas, teatros e centros culturais; happening e shows musicais; até uma "chuva de poesia" foi realizada no centro de São Paulo, da cobertura do edifício Itália, em 1980.

NÃO DISCUTO COM O DESTINO O QUE PINTAR EU ASSINO

Representantes desse grupos: Wally Salomão, Cacaso,Capinam, Alice Ruiz, Charles, Chacal, Torquato Neto e Gilberto Gil (Marginalia e "Geléia Geral")  poesia marginal  preocupa-se sobretudo com a expressão, ora de fatos triviais, ora de seus sentimentos. Por isso, boa parte dessa poesia marca-se por um tom de conversa íntima, de confissão pessoal.

Outras Tendências:

Alguns poetas não se filiam a nenhuma dessas tendências, ou constituindo obra pessoal ou seguindo novos caminhos, ainda muito novos e incertos para serem "catalogados"; ou retomando a linha criativa de poetas já consagrados, como Drummond, Murilo Mendes e João Cabral. São eles: Adélia Prado, Manuel de Barros,José Paulo Paes,Cora Coralina; entre outros.

Prosa: Assim como na Poesia, na Prosa o período pós -moderno caracteriza-se por uma pluralidade de tendências e estilos.

Anos 70, vão -se quebra dos limites entre os gêneros literários : romance e conto, conto e crônica, crônica e notícia; desdobram-se e incorporam técnicas e linguagens, fora de seus domínios. Dessa forma, aparecem romances com ares de reportagens; contos parecidos com poemas em prosa ou com crônicas, autobiografias com lances romanescos narrativos que adquirem contornos de cena teatral; textos que se constroem por justaposição de cenas, reflexões, documentos.

O Romance

O romance ora segue as linhas tradicionais, aprofundando-se e enriquecendo-as com novos temas; ora inova, criando novas nuances de prosa.

Romance regionalista: Seguindo um caminho tradicional, iniciado desde o Romantismo, uma safra de bons escritores continua a retratar o homem no ambiente das zonas rurais, com seus problemas geográficos e sociais.

Principais autores e obras: Mário Palmério (Vila dos Confins, Chapadão do Bugre),José Cândido de Carvalho (O Coronel e o Lobisomem), Bernardo Élis (O tronco),Herberto Sales (Além dos Maribus), Antônio Callado (Quarup); entre outros.
 

 

Romance Intimista: Sondagem interior, de indagação dos problemas humanos. Principal representante Clarice Lispector, vários autores exploram o interior de personagens angustiadas, desnudando seus traumas, problemas psicológicos, religiosos, morais e metafísicos:

Principais autores:Lygia Fagundes Telles (Ciranda de Pedra, As Meninas) Autran Dourado (Ópera dos Mortos, O Risco no Bordado),Osman Lins (O Fiel e a Pedra), Lya Luft (Reunião de Família ), Aníbal Machado (João Ternura), Fernando Sabino (O Encontro Marcado), Josué Montello (Os degraus do Paraíso), Chico Buarque (Estorvo); entre outros.

Romance urbano – social: Grandes centros urbanos com seus problemas específicos: a burguesia e o proletariado a constante luta pela ascensão social, luta de classes, violência urbana, solidão, angústia e marginalização.

Principais autores: José Condé (Um Ramo para Luísa),Carlos Heitor Cony (O ventre), Antônio Olavo Pereira (Marcoré), Marcos Rey, Luís Vilela, Ricardo Ramos, Dalton Trevisan e Rubem Fonseca.

Romance político:  A censura calou,  as vozes dos meios de comunicação de massa então o  romance passou a suprir essa lacuna, registrando o dia-a-dia da história, surgindo novas modalidades de prosa:

a) paródia histórica. autores: Márcio de Sousa (Galvez, o Imperador do Acre), Ariano Suassuna (A Pedra do Reino), João Ubaldo Ribeiro (Sargento Getúlio).

b) Romance reportagem, com emprego de linguagem jornalística e enredos com relatos de torturas, como veículo de denúncia e protesto contra a opressão.
principais autores: Ignácio de Loyola Brandão (Zero, não Verás País Nenhum), Antônio Callado (Quarup, Reflexos do baile), Roberto Drummond (Sangue de Coca- Cola) e Rubem Fonseca (O Caso Morel).

c) Romance policial, com aspectos urbanos e políticos aparece na ficção de Marcelo Rubens Paiva (Bala na Agulha) e de Rubem Fonseca; este último, considerado o melhor nesse gênero, escreveu "A Grande Arte", "Bufo & Spallanzani" ,"Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos"dentre outros.

d) Romance histórico, consegue fundir narrativa policial, fatos políticos e abordagem histórica grandes representante como a obra "Agosto" de Rubem Fonseca, que retrata os acontecimento que levaram Getúlio Vargas ao suicídio; "Boca do Inferno" de Ana Miranda que retratando a Bahia do século XVII e os envolvimentos políticos e amorosos de Gregório de Matos; Fernando Morais seguindo esta linha escreve "Olga", a história da esposa de Luís Carlos Prestes, entregue aos alemães nazistas pelo governo de Getúlio.

No Realismo Fantástico e no Surrealismo alguns escritores constroem metáforas que representam a situação do Brasil utilizando situações absurdas e assustadoras.

Autores: Murilo Rubião é o pioneiro (O Pirotécnico Zacarias, O Ex-Mágico); J. J. Veiga (Sombras de Reis Barbudos, A Hora dos Ruminantes); Moacir Scliar (A Balada do Falso Messias, Carnaval dos Animais); Érico Veríssimo (Incidente em Antares).

Romance Memorialista e / ou autobiográfico: Surge na ficção brasileira na década de 80, misturando autobiografia, relatos de viagens memoriais e reflexões de intelectuais que viveram no exílio ou foram testemunhas das atrocidades cometidas pelo regime militar.

Autores: Pedro Nava (Baú de Ossos),Érico Veríssimo (Solo de Clarineta I e II), Fernado Gabeira(O que é isso Companheiro? e O Crepúsculo do Macho), Marcelo Rubens Paiva (Feliz Ano Velho).

Romances experimentais e metalingüísticos:Desenvolvem novas técnicas de narrativa e trabalho linguístico que apresentam estrutura fragmentária.

Autores: Osman Lins (Avalovara), Ignácio de Loyola Brandão (Zero), Ivan Ângelo (A Festa),Antônio Callado (Reflexos do Baile).

O Conto e a Crônica: Explodiu nos anos 70,  por serem narrativas curtas, condensadas e atenderem à necessidade de rapidez do mundo moderno. No conto tradicional foram introduzidas novas dimensões no conto tradicional: subversão da sequencia narrativa, interiorizarão do relato, colagem de flashes e imagens, fusão entre poesia e prosa, evocação de estados emocionais. A crônica, texto ligeiro, de interpretação imediata, com flagrantes do cotidiano ,passou a agradar o leitor tornando-se popular.

Autores que se destacam nesses dois gêneros:

Contos:
Lygia F. Telles,Osmar Lins, Murilo Rubião,Autran Dourado, Homero Homem, Moacyr Scliar, Oto Lara Resende,Dalton Trevisan,J. J. Veiga,Nélida Pinon, Rubem Fonseca, João Antônio,Domingos Pelegrim Jr,Ricardo Ramos, Marina Colasanti,Luís Vilela,Marcelo Rubens Paiva, Ivan Ângelo e Hilda Hilst.

Crônica:
Rubem Braga,Vinícius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Raquel de Queiroz,Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Álvaro Moreira,Sérgio Porto (Stanislau Ponte Preta), Lourenço Diaféria, Luís Fernando Veríssimo eJoão Ubaldo Ribeiro.

Referencias

http://www.mundovestibular.com.br/articles/4452/1/LITERATURA-CONTEMPORANEA/Paacutegina1.html

postado por

SABRINA LEMES DE SOUSA
ANDREIA DO NASCIMENTO JESUS SILVA QUEIROZ
JOSEFA CONCEIÇÃO DA CRUZ
VANESSA FREITAS COSTA

 

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