sábado, 2 de novembro de 2013

BARROCO


O Barroco em Portugal e no Brasil

           O Barroco português e o brasileiro são fortemente influenciados pelo movimento de renovação religiosa introduzido pela Contra Reforma.
Nesse período, Portugal vivia um momento delicado de sua história, já que passara ao domínio espanhol desde 1580, com o desaparecimento do rei D. Sebastião na guerra. O melhor do Barroco português são os sermões de Pe. Antônio Vieira, que também viveu e escreveu no Brasil.
Em nosso país, ainda não havia um grupo expressivo de escritores nem de leitores de literatura. Apesar disso, começam a surgir aqui as primeiras produções literárias e, entre elas, algumas de boa qualidade, como é o caso de Gregório de Matos, nosso principal escritor barroco



O Barroco no Brasil


Século XVII. O Brasil presenciava o nascer de uma literatura própria, embora ainda frágil e presa aos modelos lusitanos, ainda restrita a uma elite muito pequena e culta e ainda sem poder contar com um público consumidor ativo e influente. Mas começavam a despontar os primeiros escritores nascidos na colônia e, com ele, surgiam as primeiras manifestações do sentimento nativista, isto é, de valorização da terra natal.


O Barroco brasileiro surgiu nesse contexto. Não se via aqui o luxo e a pompa da aristocracia europeia, que, como público consumidor, apreciava e estimulava o refinamento da arte barroca. A realidade brasileira era diferente: tratava-se de um centro de comércio, de exploração da cana-de-açúcar; de uma realidade de violência, em que se escravizavam os negros e se perseguia o índio.
Apesar disso, os modelos literários portugueses chegaram ao Brasil, e o Barroco, cujas origens se confundem com as da nossa própria literatura, deu seus primeiros passos. Não havia sentimento de grupo ou de coletividade: a literatura produzida em meio ao espirito de aventura e de ganância da mentalidade colonialista foi fruto de esforços individuais. Aqueles que escreviam encontraram na literatura um instrumento para criticar e combater essa mentalidade ou para moralizar a população com os princípios da religião ou, ainda, para dar vazão aos seus sentimentos pessoais mais profundos. O Barroco no Brasil só ganhou impulso entre 1720 e 1750, quando foram fundadas várias academias literárias por todo o pais. A descoberta do ouro, em Minas Gerais, possibilitou o desenvolvimento de um Barroco tardio nas artes plásticas, que resultou na construção de igrejas de estilo barroco durante todo o século XVIII.
A obra considerada tradicionalmente o marco inicial do Barroco brasileiro é Prosopopeia (1601) de Bento Teixeira, um poema que procura imitar Os Lusíadas.
Os escritores barrocos brasileiros que mais se destacam são:
·         Na poesia: Gregório de Matos, Bento Teixeira, Botelho de Oliveira e Frei Itaparica.
·         Na prosa: Pe. Antônio Vieira, Sebastião da Rocha Pita e Nuno Marques Pereira.


O Barroco em Portugal
Pe. Antônio Vieira: a literatura como missão
           Antônio Vieira (1608-1697) é a principal expressão do Barroco em Portugal. Sua obra pertence tanto à literatura portuguesa quanto à brasileira.
            Português de origem, Vieira tinha 7 anos quando veio com a família para o Brasil. Na Bahia estudou com jesuítas e espontaneamente ingressou na ordem da Companhia de Jesus, iniciando seu noviciado com apenas 15 anos. A maio parte da sua obra foi escrita no Brasil e está relacionada com as inúmeras atividades que o autor desempenhou como religioso, como conselheiro de D. João IV, rei de Portugal, ou como mediador e representante de Portugal em relações econômicas e políticas com outros países.


Gregório de Matos: adequação e irreverência
Gregório de Matos (1633-1696) é o maior poeta barroco brasileiro e um dos fundadores da poesia lírica e satírica em nosso país. Nasceu em Salvador, estudou no colégio dos Jesuítas e depois em Coimbra, Portugal, onde cursou Direito, tornou se juiz e ensaiou seus primeiros poemas satíricos. Retornando ao Brasil, em 1681, exerceu os cargos de tesoureiro-mor e de vigário-geral, porem sempre se recusou a vestir-se como clérigo. Devido às suas sátiras, foi perseguido pelo governador baiano Antônio de Souza Menezes, o Braço de Prata. Depois de se casar com Maria dos povos e exercer a função de advogado, saiu pelo Recôncavo baiano como cantador itinerante, dedicando-se às sátiras e aos poemas eróticos-irônicos, o que lhe custou alguns anos de exilio em Angola. Voltou doente ao Brasil e, impedido de entrar na, Bahia, morreu em Recife.   


Gregório era chamado boca do inferno devido seus poemas críticos que atacou a sociedamoso, constante, firme e inteiro:



Neste lance, por ser o derradeiro,
Pois vejo a minha vida anoitecer;
É, meu Jesus, a hora de se ver
A brandura de um Pai, manso Cordeiro.

Mui grande é o vosso amor e o meu delito;



Porém pode ter fim todo o pecar,
E não o vosso amor que é infinito.

Esta razão me obriga a confiar,
Que, por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar





                                          Característica do Barroco
O Barroco nasceu em decorrência da crise do renascimento, ocasionada pelas fortes divergências religiosas e imposições do catolicismo. É chamado também seiscentismo.
-A arte e a literatura no barroco são reflexos dos conflitos dualistas, o homem (antropocentrismo) e Deus (teocentrismo), o pecado e o perdão e a religiosidade medieval. A arte de a época baseia-se nas igrejas, capelas, estátuas de santos e monumentos sepulcrais, a obra de arte tinha como objetivo de conquistar e convencer.
-Corpo e Alma referiam à valorização do profano, como a oposição entre as ideias de vida eterna em contra posição como na vida terrena e do espírito e carne, ou seja, na visão barroco ou vive bem ou vive na angústia.
-A terra da passagem do tempo. O homem barroco assume consciência, integral na que se refere à vida humana, antes que termine, ou renuncia ao passageiro e entregar a eternidade.
-Forma tumultuosa. O barroco apresenta forma conturbada, na qual está relacionada, entre os princípios renascentistas e a ética cristã.
-O Cultismo, caracteriza-se pelo uso das diversidades da linguagem, ou seja, uma linguagem extravagante, já conceptismo, a linguagem é usada de forma organizada, na qual as prosas são escritas com o intuito de convencer e ensinar.  Como também apresenta figuras de linguagem, hipérbole, metáforas e antíteses.




 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MOISÉS, Massaud.Literatura Portuguesa. São Paulo: Cultura, 1997.
DISPONÍVEL EM:<Literatura Brasileira> Acessado em 08 de set de 2013.
DISPONÍVEL EM:< Fonte:www.mundoeducacional.com/artes/a-arte-barroca-no-brasil>Acessado em 02 de set de 2013.
Livro Português: Linguagens
Volume Único
Autor: Willian Roberto Cereja/ Thereza Cochar Magalhães
Páginas: 86 até 97
Acesso em 02/11/2013  as 09:30 hs




GILIAN BRUNO LIMA DE OLIVEIRA 1299165731
JULIANA DA SILVA AGUIAR PESTANA 5240176893
PATRÍCIA NIETO CARVALHO 5222156296
LUCIANA TEIXEIRA SILVA DE CARVALHO 6820479003
FACULDADE ANCHIETA
CURSO LETRAS 3º E 4º A N.
PROFª SHIZUCO HIGACHI.



9 comentários:

  1. Além de todo esse contexto histórico, o barroco toma denominação diferentes, que variam de uma região para outra da Europa. Veja quais são os diferentes nomes pelo qual é chamado o Barroco em outras regiões:
    Gongorismo: (Espanha), estilo do poeta espanhol Gôngaro; termo que os partidários dessa tendência literária utilizavam; emprego exagerado de metáforas, trocadilhos, jogos de palavras.

    Marinismo: (Itália), de influência do poeta italiano Giambattista Marini (1569 – 1625); caracterizada pela afetação no estilo.

    Preciosismo: (França), como tendência literária voltada para a perfeição da forma e a sutileza da frase; muito em voga na corte de Luis XIV, rei sol.

    Eufuismo: (Inglaterra), estilo afetado, extravagante, comparável ao gongarismo português e ao preciosismo francês. Recebeu esse nome em conseqüência da novela de John Lyly: EUPHUES.

    Silesianismo: Alemanha

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  2. Padre Vieira pertenceu tanto ao Barroco português quanto ao brasileiro. Nasceu em Lisboa, 1608, faleceu na Bahia, Brasil, em 1697. Ele aborda questões sociais, as invasões de território e a arte de pregar sermões.
    É emocionante a dualidade barroca entre o Padre Vieira com seus sermões e o brasileiro Gregório de Matos com suas poesias. O primeiro a defender a igreja e questionar os sermões que não estão a influenciar os ouvintes, ou os ouvintes que não entendem o sermão? Eis a questão! O outro, considerado o “Boca do Inferno”, que valoriza o amor carnal, mas também entra no conflito consigo mesmo a respeito da religião.

    Excelente trabalho.

    Seus colegas: Helen, Leandro, Lucinéia e Mônica

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  3. Nesse momento, Portugal era dominado pela Espanha. Escreveram-se oratórias sacras, políticas e sociais, além da poesia religiosa, satírica e lírico-amorosa. Teve como expoente o Pe. Antonio Vieira, que também escreveu em terras brasileiras e representa com clareza os moldes do conceptismo (ou quevedismo), que é uma vertente do barroco (ou seiscentismo, como alguns denominam).
    Gostei do trabalho.
    Marina Caetano RA: 1299183445

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  4. Este trabalho foi muito gratificante, pois durante as pesquisas nosso grupo aprendeu sobre o Barroco, e o mais importante foi conhecer as diversas formas de trabalhar com os alunos na sala de aula.
    Luciana Teixeira Silva de Carvalho. RA: 6820479003

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  5. Josefa C.C.Innocêncio

    Gradação, é uma figura de linguagem usada no barroco, a qual, deixa o poema mais sentimental.
    Ex:

    "Oh não aguardes que a madura idade
    Te converta essa flor, essa beleza,
    Em terra, em cinzas, em pó, em sombra, em nada."

    (Gregório de Matos)

    Muito lindo!

    Josefa C.C.Innocêncio


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  6. Parabéns ao grupo!
    Gregório de matos
    O todo sem a parte não é todo; A parte sem o todo não é parte; Mas se a parte o faz todo sendo parte, Não se diga que é parte, sendo todo.

    Michele Ferreira dos Anjos de Paulo- RA 1299876525

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  7. Muito boa a apresentação do grupo de vocês!!!
    A escola literária barroca é marcada pela presença constante da dualidade. Antropocentrismo versus teocentrismo, céu versus inferno, religião versus ciência, entre outras constantes.
    Além da temática religiosa, os temas mitológicos e a pintura que exaltava o direito divino dos reis (teoria defendida pela Igreja e pelo Estado Nacional Absolutista que se consolidava) também eram frequentes.
    Parabéns!!!!

    Oswaldo Ferreira de Alencar Junior RA - 1299141108

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  8. Aprecia-se muito no meio acadêmico a pesquisa e sobretudo, a investigação etimológica que sempre deságua a Literatura no oceano da História. Vejamos:
    A palavra Barroco é portuguesa aparece no século XVI significando “pérola imperfeita”. Veio do Latim Uerruca: pequena elevação de terreno, ou ainda é referência a cidade indiana Barokia, onde havia um intenso mercado de pérolas. Sendo utilizada como um adjetivo pejorativo para as manifestações artísticas do século XVII, era sinônimo de bizarro.

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  9. A arte barroca é a expressão das contradições e do conflito espiritual do homem da época. Certos princípios artísticos do renascimento, como equilíbrio, harmonia e racionalismo, foram então abandonados, o que levou o Barroco a ser visto, durante longo tempo, como uma arte indisciplinada.

    Daniela Farias 0000042857, Viviane Coelho 3715664104, Cleusa Oliveira 4200063195

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